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Neurocirurgia avança no tratamento de aneurismas cerebrais

Neurocirurgia avança no tratamento de aneurismas cerebrais

Receber um diagnóstico de aneurisma cerebral causa sempre apreensão, afinal, é uma condição grave que requer tratamento imediato para que o paciente possa se recuperar da melhor maneira possível. A boa notícia é que, nos dias atuais, a medicina neurocirúrgica dispõe de ferramentas importantes e menos invasivas para o tratamento dos aneurismas, e com resultados altamente satisfatórios.

Isso quer dizer que nem sempre será preciso realizar a tradicional cirurgia aberta. Um desses tratamentos menos invasivos é o endovascular ou embolização, realizado por meio da utilização de um cateter. O dispositivo é introduzido em uma artéria do paciente e é levado até o cérebro com a função de fechar o aneurisma com um stent ou micromola.

“Esses dispositivos são colocados para bloquear o fluxo sanguíneo do aneurisma e evitar o risco de ruptura. Esses avanços no tratamento têm contribuído para melhorar os resultados e reduzir os riscos associados ao procedimento.”, explica o neurocirurgião Thiago Dantas, especialista em neurocirurgia endovascular e intervencionista.

Foi o caso da professora Odaleia Vieira, de 45 anos. Em 2023, ela descobriu que tinha aneurisma cerebral quando precisou fazer exames para uma cirurgia ginecológica. “Sentia muita dor de cabeça, tomava três comprimidos por dia para enxaqueca. O médico, então, pediu que eu fizesse uma tomografia com contraste.”, relata. Ela fez o exame e foi constatado o aneurisma.

Encaminhada para uma consulta com um neurocirurgião, a professora passou por um exame mais detalhado que apontou que ela, na verdade, possuía dois aneurismas e ambos com risco iminente de se romperem. Com a técnica da embolização, o neurocirurgião tratou primeiro de um, depois do outro, com uma diferença de um mês entre as duas cirurgias.

Hoje, após os procedimentos, a professora se diz aliviada. “Graças a Deus estou muito bem de saúde. Faço acompanhamento com o neuro e tomo só um medicamento, pois os outros já foram suspensos.”, comemora.

Outro caso parecido foi com a pedagoga aposentada, Felícia Campos, 78. Ela também descobriu um aneurisma no ano passado, após a filha sugerir que elas duas se consultassem com um neurocirurgião. Apesar de não sentir qualquer sintoma, ela foi à consulta. Após uma ressonância magnética, Felicia recebeu a notícia que possuía um aneurisma considerado gigante, com sério risco de se romper.

A cirurgia, por meio endovascular, foi realizada em maio do ano passado. Este ano, Felícia passou por novos exames que atestaram o sucesso do tratamento. “Graças a Deus está tudo bem.”, ressalta.

Outras técnicas menos invasivas de tratamento dos aneurismas

Existem outras técnicas menos invasivas de tratamento dos aneurismas e só o médico especialista poderá definir qual a mais indicada para cada caso, baseado no local do aneurisma, características e condições de saúde do paciente.

Uma delas é a microcirurgia de clipagem, por meio da qual um clipe é colocado na base do aneurisma para interromper o fluxo sanguíneo.

O tratamento também pode ser com o stent redirecionador de fluxo. Nesse caso, o dispositivo é inserido dentro do vaso sanguíneo afetado, com a função de desviar o fluxo sanguíneo do aneurisma para áreas saudáveis do cérebro. Com isso, a pressão sobre a parede do aneurisma é reduzida, diminuindo o risco de ruptura e promovendo a cicatrização natural do vaso.

Sobre o aneurisma

Aneurismas cerebrais são dilatações anormais nas paredes dos vasos sanguíneos do cérebro, que podem levar a consequências graves se não forem tratados adequadamente.

Sintomas

Na maioria dos casos, o aneurisma cerebral é assintomático e pode ser descoberto por meio de exames de imagem. Quando há rompimento, a pessoa tende a sentir dor de cabeça.

Outros sintomas podem ocorrer, como os seguintes:

– Perda ou alteração de consciência, com confusão mental, sonolência importante;

– Rigidez no pescoço;

– Náuseas e vômitos repetidos;

– Perda de força em parte do corpo;

– Dificuldade para falar e/ou entender o que as outras pessoas falam;

– Perda da visão de um ou dos dois olhos;

– Tontura e convulsões.

Fatores de risco
– Hipertensão; tabagismo; infecções (especialmente no coração); uso de substâncias ilícitas e histórico familiar.