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Não é hora de desanimar: mundial de futebol feminino ajuda a entender a função social do esporte

A decisão será anunciada no 74º Congresso da Fifa, que será aberto às 23h (horário de Brasília) de quinta-feira (16), em BangKok. O Brasil está na disputa
A decisão será anunciada no 74º Congresso da Fifa, que será aberto às 23h (horário de Brasília) de quinta-feira (16), em BangKok. O Brasil está na disputa

Embora a seleção brasileira tenha sido eliminada da copa do mundo feminina, causando tristeza no time e na torcida, ainda estamos em um bom momento para discutir a função social do esporte, já que a disputa acontece até o dia 20 de agosto, mas o apoio não pode parar! As práticas esportivas ajudam a desenvolver o entendimento de quem pratica e torce sobre questões voltadas à sociedade (individual e coletivo), à democratização (acesso e representatividade) e à cultura (valores e identidade nacional e regional).

“O esporte sempre esteve presente na história. Antes mesmo das competições, ele era importante para a socialização e até para a sobrevivência do ser humano. O que nem todo mundo sabe é que as práticas também são fundamentais para a sociedade atualmente, por um outro motivo: como ferramenta de DEIP (Diversidade, Equidade, Inclusão e Pertencimento) é capaz de promover uma visão mais real sobre o acesso equitativo a oportunidades, a valorização da prática por diferentes grupos sociais e o respeito às diferenças”, explica Keyllen Nieto, fundadora e consultora da Integra Diversidade.

No esporte, além da superação de limites, o espírito de equipe costuma prevalecer. Mesmo em modalidades individuais, as pessoas envolvidas na preparação são imprescindíveis para as competições, ajudando a entender as particularidades como parte integrante de um conjunto. “É um meio de valorizar e aproveitar a diversidade e ir contra a exclusão e as discriminações, inclusive mudando a história de quem não sentiu verdadeiro acolhimento em outros lugares”, diz Nieto.

Um aliado da inclusão social

Portanto, o esporte é instrumento importantíssimo de inclusão social e promoção da equidade. “Embora haja exceções, o esporte gera um tipo de democratização, pois além de facilitar o acesso de quem o pratica, também traz ampla representatividade de diversos perfis”, diz a fundadora. O Brasil, por exemplo, é mundialmente conhecido pelo futebol e o vôlei, o que ajuda a exemplificar como os esportes levam a cultura de determinado país ou região para o mundo.

Quando determinados grupos (gênero ou pessoas com deficiência, por exemplo) ganham alguma notoriedade, eles geram uma referência. Segundo Nieto, “as pessoas que gostam e assistem, mas não se veem refletidas em espaços de visibilidade e valorização, podem se identificar com as pessoas atletas e então surge uma oportunidade, o que nem sempre está na vida dessas pessoas. É positivo para todo mundo, pois traz diversidade à lista de pessoas que nos inspiram, aquelas que citamos como referências de vida”.

Isso fica ainda mais evidente agora, durante a Copa do Mundo, já que as mulheres, no Brasil, assim como em grande parte do mundo, não são reconhecidas neste esporte, mesmo que já exista uma evolução, com o espaço televisionado conquistado, por exemplo. “Quando uma competição desse porte ganha holofote, é capaz de alimentar o sonho de muitas pessoas, inspirando gerações e fazendo com que a roda da inclusão gire mais depressa”, enfatiza.

A consultora destaca que esse impacto social do esporte vai muito além do sucesso nas competições ou do ganho físico. Ao se sentir parte integrante de uma atividade que gera significado e propósito, seja ela individual ou coletiva, a pessoa encontra o seu lugar no mundo. Além de aprender técnicas e regras, a pessoa praticante desenvolve outros valores. Os esportes também refletem a identidade dos povos e fomentam a cultura, além de deixar mais claro o significado dos termos “coletivo” e “individual” e como eles se completam dentro e fora da atividade. Nesse cenário, a pessoa que desenvolve determinada modalidade é convidada a pensar além da prática em si, se enxergando como parte de um contexto maior.

“Usamos o exemplo do futebol feminino, que está em evidência, mas precisamos ir além. Não podemos esquecer os constantes casos de racismo em estádios de futebol, especialmente na Europa e América Latina. A forma como atletas, clubes e federações respondem a essas situações encorajam o debate em torno da pauta antirracista, abrindo os olhos de autoridades em prol desta causa”, destaca a consultora. Segundo Nieto, o palco do esporte é um amplificador, que dá visibilidade a esse problema e permite que as conversas aconteçam e as soluções venham de maneira mais transversal e até globalizada.

Entre outras questões, aqui estão algumas que ajudam a explicar a importância do papel social do esporte. Além de incentivar e promover a inclusão e o respeito, também é o fio condutor, que aproxima pessoas aliadas e causas em uma combinação que rende frutos para toda a sociedade.

Sobre a Integra Diversidade

Formada por mulheres de perfis e competências diferentes e complementares, a consultoria atua para diagnosticar, ampliar e manter a Diversidade, Equidade, Inclusão e Pertencimento (DEIP) das organizações parceiras, contribuindo para criar uma cultura humanizada e acolhedora das diferenças.

Com atuação global, seu objetivo é possibilitar que as empresas criem oportunidades e condições para que perfis diversos façam, verdadeiramente, parte do time, criando um universo plural de pessoas colaboradoras.

Créditos
Com informações da Ecomunica
Foto: Divulgação