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Fotografias de Bob Menezes revelam fé e emoção no Círio de Nazaré 

Fotografias de Bob Menezes revelam fé e emoção no Círio de Nazaré 

Neste domingo, 5, é dia de conferir a exposição “É Círio sempre!”, composta por imagens emocionantes da grande procissão paraense, captadas pelas lentes aguçadas do fotógrafo Bob Menezes. 

A mostra será aberta no Terrace AP, localizado na sede social da Assembléia Paraense, na Av. Presidente Vargas, com visitação das 10h as 15h. Faz parte do projeto Artephotoclube AP no Circular, que integra a programação do Circular Campina Cidade Velha.

“Fotografar o Círio é, para mim, mais do que um trabalho, é uma forma de devoção. E por isso digo: é Círio sempre. Minha fotografia é o registro daquilo que sempre vi e senti. Que sempre fez parte de mim,”, diz Bob Menezes. A curadoria da exposição é do diretor artístico-cultural da AP, Thiago Lima.

“Nas imagens de Bob Menezes, o que se revela não é apenas o registro documental de uma das maiores festas religiosas do mundo, mas o coração pulsante de uma experiência que ultrapassa o tempo — porque o Círio, como sugere o título desta exposição, é sempre pulsante em cada um de nós.” , ressalta o curador.

Segundo o fotógrafo, a exposição “é uma compilação de emoções e imagens que emanam dessa catarse coletiva.” É composta de 13 fotografias de diversos anos que retratam a emoção e a fé de milhares de pessoas. “Mas, na verdade, tudo só fará sentido quando houver o encontro entre o sentimento do espectador e as fotografias.”, avalia.

Círio é resistência

Para Bob Menezes, o Círio é também um símbolo de resistência . “No mundo em que vivemos, tão diluído em tecnologias e no abandono das nossas próprias culturas, o Círio representa, para mim, a resistência do que é nosso. Talvez seja até um ato cabano.” 

Na visão do fotógrafo, o Círio tem sofrido ataques de culturas “exóticas”, que tentam transformá-lo em uma grande micareta. “Mas, ainda assim, existe resistência: o Círio continua sendo o Círio.”, ressalta.

A exposição comprova isso. Mostra que o Círio sempre se renova na história individual de cada pessoa. E se renova no olhar curioso e emocionado de quem participa como espectador desse imenso rito coletivo. E o sentimento ultrapassa outubro e permanece vivo todos os dias do ano.

“Mais do que retratar um evento, a exposição reafirma que o Círio não se encerra em um dia de festa.  Ele se prolonga na memória, nos gestos de fé cotidianos e na permanência de uma tradição que, ano após ano, renasce com a mesma intensidade no interior de cada devoto e participante da maior manifestação religiosa das américas e uma das maiores do mundo.”, avalia Thiago Lima.