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Dor no ombro requer cuidado. Saiba quando é necessário procurar um ortopedista

Dor no ombro requer cuidado. Saiba quando é necessário procurar um ortopedista

As lesões decorrem de causas variadas e estão no ranking dos principais motivos de afastamento do trabalho, segundo dado de 2022 do Ministério da Previdência Social

Por ser a região do corpo com maior arco de movimento, o ombro sofre diversos impactos ao longo da vida, sejam com as atividades do dia a dia em casa, na rua ou com as relacionadas ao trabalho. Dados do Ministério da Previdência Social, por exemplo, apontam que 14.788 profissionais precisaram se afastar por mais de 15 dias do trabalho em 2022, devido a alguma lesão no ombro.

Estudos científicos alertam que aproximadamente 60% das pessoas sofrerão de dor no ombro em algum momento da vida. De acordo com o médico ortopedista e traumatologista João Henrique Apolinário, do Hospital Maradei, a causa mais frequente da dor é a chamada Síndrome do Impacto do Ombro.

“No ombro existe um espaço bastante estreito, onde se localizam quatro tendões conhecidos como manguito rotador. Eles são protegidos por uma bolsa que os lubrifica chamada de bursa. Quando existe um desequilíbrio muscular, esse espaço acaba fechando demais e comprimindo essas estruturas, o que gera um quadro inflamatório. Se isso não for corrigido, cria-se um processo progressivo de desgaste do tendão, a tendinose, que o fragiliza, podendo culminar em ruptura.”, explica o especialista.

Segundo ele, a dor costuma acometer a região lateral do braço, iniciando no ombro e se estendendo até próximo ao cotovelo. E costuma piorar quando o paciente se deita ou quando tenta movimentar essa articulação. “E a dor pode vir acompanhada pela diminuição de força para elevar o braço acima do nível do ombro.”, destaca.

Outras causas da dor no ombro são as seguintes: desgaste articular (artrose); ombro congelado (capsulite adesiva), uma inflamação da cápsula que reveste a articulação do ombro; tendinite calcárea do ombro, que ocorre por deposição de cálcio no meio do tendão, causando inflamação com dor e, às vezes, perda de força; e alterações na coluna cervical que podem afetar os ombros. “Portanto, uma avaliação médica é imprescindível para se definir a causa da dor.”, aconselha o ortopedista.

Foi o que fez a dona de casa, Edilza Silva, de 55 anos. Por muito tempo, ela trabalhou de forma intensa na roça, e a dor no ombro esquerdo começou a dar os primeiros sinais há cerca de 20 anos. Moradora do município paraense de Nova Timboteua, Edilza buscava ajuda no posto de saúde da cidade. Contudo, conta que, há cerca de três meses, a dor piorou e nenhum remédio surtiu efeito. Foi quando decidiu procurar um ortopedista em Belém.

O diagnóstico foi calcificação no ombro ou tendinite calcárea. Ela passou por cirurgia e hoje está realizando sessões de fisioterapia para restaurar a mobilidade do ombro, ganhar amplitude de movimento e força muscular. Edilza diz que já sente o bom resultado do tratamento. “Estou me sentindo muito bem agora, agradeço aos profissionais que me ajudaram e que ainda estão me ajudando nessa recuperação.”, enfatiza.

Quando é preciso procurar ajuda com urgência?

O ortopedista João Apolinário destaca cinco sinais que representam alerta para a pessoa que sente dor no ombro:

1- Quando a dor estiver associada a um trauma local;
2- Quando for de forte intensidade;
3- Se persistente por mais de cinco dias;
4- Associada a calor local, vermelhidão, inchaço ou febre;
5- Quando há perda de mobilidade local.

Diagnóstico

O exame clínico é primordial para o diagnóstico. O médico explica que é preciso apalpar, movimentar e realizar algumas manobras no braço do paciente. Após esse teste minucioso, alguns exames de imagem podem ser solicitados, como a radiografia, a ultrassonografia ou a ressonância magnética. Este último é considerado o método mais eficaz para uma avaliação completa.

Faixa etária dos pacientes

Pessoas de qualquer idade podem ter dor no ombro, contudo, após os 40 anos a queixa é mais frequente. “Acredita-se que tenha uma correlação com a mudança hormonal e o processo degenerativo do tendão relacionado ao acúmulo de atividades ao longo da vida.”, informa o ortopedista. Quanto ao gênero, os estudos ainda são inconclusivos.

Em relação às profissões, o médico observa que as pessoas com ocupações que geram movimentos repetitivos acima da altura do ombro, são as mais acometidas pela dor, como pintores e professores. “O excesso de uso é uma importante causa, porém, a falta de uso (sedentarismo) gera fraqueza e desequilíbrio muscular o que também pode causar dor no ombro.”, afirma.

Por isso, é importante buscar ajuda de um educador físico para manter bons hábitos para o ombro. Confira algumas recomendações:

· Pratique alongamentos e exercícios para fortalecer os músculos do ombro
· Evite posturas incorretas que possam sobrecarregar os músculos ou as articulações do ombro.
· Utilize um travesseiro adequado para dormir.
· Use técnicas de relaxamento para reduzir a tensão muscular.
· Realize uma pausa e descanse quando sentir desconforto nos ombros.
· Faça aquecimento antes de praticar atividades que exijam o uso dos músculos do ombro.
· Evite carregar muito peso. Caso tenha necessidade de transportar peso, utilize mochilas com alças para distribuir o peso de forma equilibrada.
· Procure um profissional de saúde para avaliação e tratamento relacionados às dores no ombro.

Créditos
Com informações de Iva Muniz / NRT
Foto: Divulgação