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Como lidar com uma transição de carreira não planejada?

Como lidar com uma transição de carreira não planejada?

Em 2022, uma pesquisa da consultoria de RH EDC Group identificou que 91% dos participantes mudaram seu propósito de vida na pandemia. Já um estudo da plataforma Online Currículo, realizado em 2023, apontou que 82% dos respondentes com idades de 16 a 24 anos e com mais de 40 anos pensam em mudar a trajetória profissional.

Apesar dessa mudança ser um desejo comum entre homens e mulheres, mudar de área nem sempre acontece de forma planejada. Mas como identificar se é a hora certa? E depois, o que fazer para fortalecer o novo rumo profissional?

Amanda Medeiros, fundadora e diretora de Pessoas e Cultura na Facility, mudou de área pela soma de fatores: acaso, necessidade e incentivo. Formada em Direito e com experiência em contratos, morou fora do Brasil trabalhando em diferentes projetos até esgotar seus recursos, voltou ao Brasil e, hoje, é gestora de centenas de colaboradores na empresa que ajudou a fundar. Mas o caminho entre uma ponta e outra não foi fácil, e ela precisou enfrentar a insegurança e a timidez.

“Sempre pensei em trabalhar em um lugar bonito, com alta energia e com resultados dos quais me orgulharia. Olhava para as mulheres que trabalhavam em bancos, e a minha avó Adélia, que me inspirava, e dizia: ‘um dia será você, com essas roupas elegantes, maquiada e fazendo a sua história!’. A vida seguiu seu curso, até que hoje me dei conta de que estou no ramo financeiro e me visto como elas. Tudo é possível, mas o movimento é necessário”, comenta.

Amanda Medeiros, fundadora da Facility
No caso dela, o movimento não foi planejado e aconteceu aos 32 anos, quando decidiu testar outras possibilidades, mesmo já tendo carreira no Direito. De volta ao Brasil, Amanda trabalhou em uma promotora de crédito digitando os contratos, fazendo a mediação entre o consumidor e os bancos. Na época, seu namorado, hoje marido Wagner Coelho, trabalhava na mesma empresa como vendedor, e começou a se destacar por seus resultados. Foi aí que decidiram empreender e fundaram a Facility.

Com o crescimento da empresa, veio uma necessidade: parar de digitar contratos para gerir o núcleo operacional, sendo responsável por contratar, treinar, instruir e liderar. “Quem é empreendedor e começa a profissionalizar a empresa sabe que a gestão de pessoas é um dos principais fatores que impactam nos resultados. Criar uma cultura organizacional forte, promover o engajamento dos colaboradores e maximizar a produtividade da equipe é fundamental”, comenta.

Apesar de gostar de trabalhar com pessoas, Amanda achou a transição desafiadora pois não se sentia pronta para assumir essa responsabilidade tão distante da área do Direito. “Eu tinha dúvidas se eu teria capacidade e também era tímida pra falar em público. Hoje estou em pleno desenvolvimento, mas já consigo ter uma postura diferente e me sinto uma comunicadora em evolução”, conta a profissional que inclusive é host no podcast “Elas Fazem”.

Amanda também se inspira na executiva Karla Marques Felmanas, que deixou a formação em Moda para assumir o Grupo Cimed, mas lembra que não adianta só aceitar desafios e deixar acontecer. Por isso, a profissional continua se especializando na área, fazendo cursos e implementando novas iniciativas para os funcionários.

Entre os projetos que desenvolveu estão o refeitório com chef de cozinha e nutricionista, o incentivo para cuidar da saúde física e mental, além do investimento em cursos, capacitações e mentorias. “Lá no começo foi bem desafiador ver que alguém precisava assumir essa liderança de pessoas, mas recebi muito apoio e incentivo, e esse ‘empurrão’ me trouxe segurança para fazer o que precisava ser feito”, finaliza.

Créditos
Com informações da Agência MAVERICK 360
Foto: Divulgação