Fevereiro Laranja é o mês dedicado a conscientização sobre a leucemia, uma doença malígna, que pode acometer desde crianças até idosos.
Sua principal característica é a superprodução de glóbulos brancos imaturos, também conhecidos por blastos. Eles passam a se desenvolver de forma descontrolada na medula óssea,popularmente conhecida como fábrica do sangue, e param de desempenhar sua função- a de proteger o organismo contra infecções. Em grande quantidade na medula óssea ainda impedem a formação dos demais componentes do sangue normais como glóbulos vermelhos e plaquetas, responsáveis pela oxigenação e coagulação do sangue.
De acordo com o hematologista Dr. João Saraiva, a doença se desenvolve a partir de células-tronco mielóides. “A LMA afeta principalmente pessoas com mais de 65 anos, mas crianças e adultos jovens também podem desenvolvê-la”, afirma.
Ele ainda destaca que o diagnóstico é feito a partir da visualização dessas células doentes ( blastos) que podem ser detectados em um exame chamado mielograma , onde amostra de material é coletada diretamente da medula óssea.
“Há uma queda no número de células normais do sangue, como as hemácias — o que pode causar anemia — e dos glóbulos brancos mais importantes para a defesa do organismo, chamados neutrófilos. Isso leva a um aumento do risco de infecções agudas e queda das plaquetas que fazem a primeira etapa da coagulação, levando a sangramentos”, detalha.
E continua: “A tríade de início rápido de febre- que é um indício de infecção, sintomas de anemia ( cansaço, palidez e fadiga) e sangramento podem ser um sinal de alerta, e uma avaliação do sangue já pode levar à suspeita de uma leucemia aguda.”
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil, foram registrados cerca de 11.540 casos de leucemia, em 2023.
João lembra que existem vários subtipos de Leucemias, e o tratamento correto é determinado a partir dessa especificação. Apesar disso, o hematologista destaca que, na maioria das vezes, quando em pacientes jovens ele é feito “com protocolos muito intensos de quimioterapia”, a fim de eliminar as células doentes. E em muitos casos, há a necessidade de transplante de medula óssea.
“A LMA pode ser classificada em risco alto, intermediário ou baixo a depender das alterações genéticas e moleculares que ela apresenta. Isso nos ajuda a entender qual paciente tem uma doença mais agressiva e terá indicação de realizar o transplante alogênico de medula óssea”, explica.