O mês de junho marcou o Orgulho LGBTQIA+, um movimento que merece ser celebrado e analisado de forma mais crítica, especialmente pelas organizações que buscam criar ambientes diversos e inclusivos. O progresso e a superação da discriminação são desafios que devem ser abordados para que essas práticas sejam verdadeiramente bem-sucedidas, mas para que isso aconteça, deve-se pensar as dificuldades e comemorar as vitórias da comunidade LGBTQIA+ não apenas no mês de junho.
Embora a diversidade ainda seja vista por alguns como um problema, é possível enxergá-la de uma perspectiva diferente, considerando seus impactos sociais e organizacionais. De acordo com Reinaldo Bulgarelli, atual secretário executivo do Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+, ao valorizarmos a diversidade, criamos um ambiente inclusivo, criativo e inovador, fortalecendo os laços de colaboração e melhorando a qualidade das análises e soluções de problemas.
O Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+ desempenha um papel importante nessa luta, articulando as empresas para promover a troca de experiências e a construção de soluções. Com base nos 10 Compromissos da Empresa com os direitos humanos de pessoas LGBTI+, o Fórum agrega valor para as pessoas, negócios e sociedade.
Ao considerar os impactos corporativos, é importante evitar qualquer prejuízo à imagem e reputação das marcas, o que pode resultar em perdas financeiras significativas. Por meio da diversidade, é possível estabelecer uma maior conexão com a realidade da empresa, seus funcionários e enfrentar e combater a discriminação.
De acordo com a pesquisa “Diversidade nas Empresas – O que os dados nos contam?”, realizada em 2019 pela Opinion Box em parceria com a HSM Management, 65% dos entrevistados acreditam que as empresas em que trabalham apoiam o movimento diverso e implementam ações de igualdade no ambiente corporativo.
Embora seja um desafio complexo, existem ações que podem auxiliar no desenvolvimento de políticas e ações de diversidade e inclusão. “É importante estabelecer uma ligação com o código de ética e conduta. Isso ajuda a enfrentar os desafios impostos pelas ideologias discriminatórias e seus impactos na sociedade e na empresa”, afirma Reinaldo Bulgarelli. “Além disso, é necessário desenvolver um posicionamento da empresa sobre o tema e criar um sistema de governança, como um comitê de diversidade, com representantes de diferentes áreas”, completa.
O departamento de Recursos Humanos tem um papel fundamental ao liderar os esforços de inclusão e diversidade, demonstrando que o tema contribui para toda a organização. O comitê de diversidade pode ser o lugar ideal para desenvolver essa responsabilidade compartilhada, onde o RH pode liderar, apoiar e envolver toda a empresa.
Segundo Mônica Schimenes, CEO e fundadora da MCM Brand Experience, o trabalho contínuo e a constante troca de experiências e aprendizados são essenciais para manter um ambiente diverso e inclusivo. Como líder, a CEO também reconhece seu papel em auxiliar nesse movimento. “O líder precisa fazer uma análise interna e verificar se sua equipe está inserida em um ambiente diverso. A resposta para organizar isso está na provocação diária”, afirma.
Atualmente, a MCM possui 32% de seus colaboradores autodeclarados como membros da comunidade LGBTQIA+. Além disso, a empresa é um exemplo de sucesso no combate à discriminação por meio de suas práticas organizacionais e ações internas, implementadas por meio de um comitê de diversidade, como o projeto interno “Quintou”, que promove rodas de conversa para compartilhar experiências e estimular reflexões entre os colaboradores, mantendo um ambiente diverso.
A MCM, empresa signatária do Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+, tem utilizado sua influência para promover essas questões em várias empresas, especialmente aquelas que desejam participar desse intercâmbio de ideias e experiências com membros da comunidade LGBTQIA+. Para Mônica, é essencial que as empresas criem oportunidades de trabalho dignas e um ambiente saudável, juntamente com a inclusão. Ela acredita que conviver com a diversidade valoriza a autenticidade. “Uma empresa comprometida com esses valores atrai pessoas que contribuem para a construção de um ambiente aberto, com novas perspectivas e demandas, melhorando a qualidade das relações com diferentes públicos”, finaliza a empresária.
Quando falamos em aplicar a diversidade, é preciso um acompanhamento contínuo das metas e expectativas e é por isso que essa luta deve ser diária. Os objetivos só serão atingidos quando as ações saírem de fato do discurso e existir comprometimento com a prática. É necessário sempre medir para assegurar que a dignidade e o respeito prevaleçam num ambiente de trabalho saudável.
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Com informações da kr2comunicacao
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