Maria Paula Giacomelli / Folhapress
Ela é controversa. Todos os dias, seu nome é mencionado milhares de vezes nas redes sociais —e nem sempre os comentários são elogiosos. Fato é que, seja pelas polêmicas em que se envolve ou pelo estilo de vida pomposo, Virginia Fonseca acumula mais de 44 milhões de seguidores apenas no Instagram.
Assim que entra na chamada de vídeo para uma entrevista com a Folha de S.Paulo, ela já levanta dançando da cadeira e mostra o conjunto de biquíni laranja que está vestindo. A peça é da parceria com a chinesa Shein, com quem ela lançou uma coleção que chegou à plataforma na segunda-feira (9) —a marca explica que a escolheu por ela desafiar estereótipos ao ser mãe, jovem e influenciadora.
Pergunto a Virginia, então, se existe algum outro rótulo que o público tenha a seu respeito que ela queria romper. “Às vezes, as pessoas têm a ideia de que eu ostento muito, e eu acredito que não seja verdade. Eu uso o que gosto. Se eu gosto, vou lá e compro, não interessa o valor, não interessa nada. Uso o que faz eu me sentir bem”, afirma.
Após ela presentear o marido, o cantor Zé Felipe, com um avião avaliado em R$ 35 milhões, talvez algumas pessoas tenham dificuldade de imaginá-la consumindo fast fashion (padrão de produção em que as roupas não têm preços exorbitantes, mas também não duram muito). Para facilitar, a influenciadora é quem posa para as fotos da campanha de divulgação da coleção.
Ela conta que as roupas e modelos serão inclusivos e para todos os corpos. As opções de tamanho vão do XP (PP) ao 4XL (G4) entre tops, saias, calças, vestidos e macacões, de diferentes cores e recortes. Além disso, haverá 10 peças para o público plus size. Segundo ela, foi a equipe que sugeriu essa adição. “Eles chegaram a essa conclusão e eu concordei. Achei que vale muito a pena ter mesmo.”
Virginia diz que, logo logo, pretende se encaixar nesse tamanho (“quero em breve, graças a Deus, ficar grávida”, comenta logo em seguida, unindo as mãos ao céu). Ela já é mãe de Maria Alice, de 2 anos, e Maria Flor, que completa 1 ano neste mês.
Sincerona, mesmo em entrevista para divulgar sua coleção com uma varejista online, ela conta que talvez se atrapalhe um pouco na hora de encomendar as peças. “Eu tenho um sério problema em consumir pela internet, pedia para as minhas amigas comprarem. Eu falo: ‘Você comprou, mas dá para me dar? Eu compro de você’. Sempre compro tamanho errado.”
Recentemente, a também dona da marca de cosméticos Wepink contou que desenvolveu alopecia (queda de cabelo) em decorrência das críticas que recebeu pela suposta baixa qualidade de uma base que fazia parte de sua linha de maquiagens —e pelos memes que surgiram depois. Agora, ela afirma já estar mais calibrada para os comentários dos haters e preparada para possíveis críticas quanto às roupas.
“Antes eu ficava muito mal, mas hoje já entendi que é mais sobre as pessoas do que sobre mim”, avalia. “Não tem como agradar todo mundo, é impossível. O que eu vou fazer para agradar uma pessoa não vai agradar a outra. Estou bem preparada, vão ter 100 peças, uma tem que agradar, não é possível (risos).”
O QUE VEM POR AÍ
Citada por 15% dos entrevistados pelo Datafolha como a maior influenciadora do país, Virginia adianta que, no próximo ano, o público vai poder acompanhá-la pela televisão (ou em mais uma plataforma digital).
A empresária confirma que aceitou uma proposta que recebeu, mas não dá maiores detalhes porque ainda está em fase de negociação. “Se Deus quiser, vem aí. Eu não posso falar. Já estou tendo reuniões e vai acontecer”, conta.
Antes de encerrar, ela também comenta sua relação com a imprensa, com a qual também teve sua dose de polêmicas. Acostumada a falar diretamente com o público, sem intermediários, ela frequentemente é tida como difícil de entrevistar. Mais recentemente, também foi acusada de ignorar jornalistas na festa de dois anos da Wepink.
“Eu exponho minha vida 24 horas. Sempre sou 100% sincera e transparente com qualquer meio”, rebate a influenciadora. “Eu sou Virginia para todos, bem aberta, sabe? Sou o que eu sou.”