Principal porto de entrada de africanos escravizados no Brasil e nas Américas, o Cais do Valongo, no Centro do Rio, recebeu neste domingo (18), a visita da atriz americana Viola Davis. Protagonista de “A mulher rei”, Viola está no Brasil para divulgar o filme, que conta a história de Nanisca, a comandante nos anos 1800 das Agojie, um exército composto por mulheres negras no reino de Daomé, hoje Benin.
Ela veio ao país pela primeira vez, e em seu passeio pelo Rio fez questão de conhecer o cais, ponto de fundamental importância histórica e cultural no Rio, que em 2017 passou a integrar Lista do Patrimônio Mundial da Unesco. Por ali passaram mais de um milhão de africanos escravizados em cerca de 40 anos.
Viola, 57, foi ao Museu da Historia e da Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), onde visitou a exposição “O impacto da mulher na cultura afro-brasileira”. A mostra é inspirada no longa que ela protagoniza, dirigido pela cineasta Gina Prince-Bythewood. Ainda no cais, ganhou de presente um colar de contas, importante indumentária ritualística do candomblé.
A atriz é uma das 15 mulheres, e a única negra, a ostentar a tríplice coroa da atuação nos EUA. Recebeu o Tony (por “Rei Hedley II” e “Um limite entre nós”, peças de August Wilson), o Emmy (pela série “How to get away with murder”, sucesso por seis temporadas) e o Oscar (atriz coadjuvante, em 2016, pela adaptação de Denzel Washington para “Um limite entre nós”). Ela participa, nesta segunda-feira (19) da première de “Mulher Rei”, no Copacabana Palace.