A herança artística de Marília Mendonça, uma das maiores vozes da música brasileira, continua viva e quebrando recordes mesmo após sua trágica morte em 2021.
Acervo inédito de Marília Mendonça se torna centro de disputa

Neste sábado, 5, completa um ano da trágica morte de Marília Mendonça. Assim como naquela tarde em que parecia ser inacreditável a notícia de que a estrela do sertanejo nacional deixava seus fãs órfãos, aos 26 anos, após a queda do avião que a levaria para um show, a vida parece ainda não ter seguido adiante nem para os fãs nem para a família da cantora e compositora.

A mãe de Marília, Ruth Moreira, conversou com a jornalista Maria Beltrão, em entrevista que vai ao ar neste sábado, no programa “É de Casa”, sobre a dor da perda. Ela revelou que pretende viajar com o neto, Léo, de três anos – fruto do relacionamento de Marília com o cantor Murilo Huff -, para algum lugar secreto, onde possa ficar desconectada da internet e com telefone desligado, com a intenção de criar momentos positivos junto com a criança durante a data.

Maria Beltrão acabou ganhando de Ruth um colar que foi de Marília. “Me achou ‘colorida como ela’. Quando viu meu brinco de pena, amarela, falou isso”, explicou Maria à colunista Patrícia Kogut, de “O Globo”.

A data também será lembrada em reportagem que vai ao ar neste domingo, 6, no “Fantástico”, onde Ruth mostra o quarto e o closet da filha, que mantém intactos. “O cantinho da Marília. O closet era onde ela passava a maior parte do tempo, escolhendo os looks”, disse a mãe da cantora ao repórter Maurício Ferraz.

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ANO DOLORIDO

Ruth disse que os últimos doze meses foram os mais doloridos de sua vida, e que tenta se controlar. “Só choro nas madrugadas, porque está todo mundo dormindo, é só Deus acordado para me ver”.

Ao programa “Melhor da Tarde”, de Catia Fonseca, na Band, Ruth contou de onde tirou forças: “Tenho responsabilidade pela vida do Leo, do filho, não tinha só da minha filha. Eu não questionei, apenas agradeci os 26 anos brilhantes que ela passou comigo. O dinheiro nunca subiu para a cabeça dela, sempre foi humilde. Agradeço até hoje por ter deixado um filho para mim”, disse.

Embora já estivesse separado de Marília, Murilo Huff diz que a ausência dela é difícil. Eles não só dividiam os cuidados com Léo, como permaneceram amigos. “Todo dia é difícil. Alguns são mais que os outros, mas nunca vai deixar de ser. A gente acaba aprendendo a conviver com a dificuldade. A dor vai amenizando e aprendemos a conviver com ela. A saudade nunca vai passar, na verdade, ela só aumenta”, disse ele ao site GQ.

Apesar de ter voltado à rotina de shows e projetos como o DVD “Ao Vivão 3”, Murilo diz que ainda não conseguiu voltar a compor. “Estou feliz com tudo, mas não vou mentir que é uma pressão extremamente grande vinda de todos os lados. Estou numa virada de chave na minha carreira”.

IRMÃO SE RECOLHE

A pressão foi grande também para o irmão de Marília, João Gustavo, que em setembro anunciou o fim da dupla com Dom Vittor, para tratar a depressão e uma esofagite aguda desencadeadas por “um luto mal vivido” após a morte da irmã e do tio Abicieli, que estava no avião com Marília. “Chegou a hora de me cuidar, entender tudo o que aconteceu, viver o que não vivi, para poder seguir. Não sei se na música, hoje me sinto incapaz de tomar uma decisão olhando para o futuro. A minha prioridade é ficar perto da minha mãe, do meu sobrinho e acima de tudo de mim mesmo”.

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STREAMING

Mesmo depois da morte, Marília Mendonça continua sendo sucesso nacional. Em julho deste ano, o lançamento do álbum “Decretos Reais Vol. 1”, que ela tinha gravado antes de morrer, causou instabilidade em uma das principais plataformas de streaming do país, o Spotify, que apresentou travamentos e problemas para reproduzir o álbum, por conta da quantidade de acessos simultâneos. No YouTube, só nos primeiros minutos de lançamento, os vídeos chegaram a 100 mil visualizações.

A cantora e mais quatro pessoas (o tio, o assessor, piloto e copiloto) morreram no dia 5 de novembro de 2021 após a queda do avião de pequeno porte próximo à Serra de Caratinga, interior de Minas Gerais. Um ano depois, o caso ainda não foi encerrado pela polícia com as conclusões sobre as causas do acidente.

Investigações preliminares apontaram que a aeronave bimotor atingiu um cabo de uma torre de distribuição da e da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) antes de cair.

*com Notícias da TV, Metrópoles e GQ