
Mylla Christie, 54, atuou em novelas como “Meu Bem, Meu Mal” (1990), “Deus Nos Acuda”(1992), “Senhora do Destino” (2004), “Amores e Intrigas”(2007, na Record) e “As Aventuras de Poliana” (2018, no SBT). Mas, desde 2008, ela e o marido, o empresário Tutu Sartori, passaram a investir em imóveis: compram, reformam e revendem.
A primeira experiência -bastante lucrativa, por sinal- no mercado de retrofit imobiliário, prática comum nos Estados Unidos, empolgou o casal. Há dois anos, eles se tornaram corretores de imóveis registrados no Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI) e hoje são donos de uma imobiliária que fundaram juntos, em São Paulo.
Mylla afirma que continua trabalhando como atriz e produtora, mas se sente cada vez mais envolvida no novo ramo. “Nunca pensei que tinha talento para vender qualquer coisa, mas não é que tenho, menina!”, brinca ela.
O marido de Mylla também se mostra animado ao falar sobre o negócio e também sobre a forma como dividem as tarefas. “Essa parte de negociação é toda com ela mesmo. Mas se tiver quebrar um piso, ela quebra. Também me ajuda na decoração, escolhe os materiais, ajuda a ver se o imóvel tem potencial de mercado. Enfim, ela é muito boa nisso e nós funcionamos bem como uma dupla”, resume Tutu.
A área de atuação deles é, principalmente, nos Jardins, na zona oeste de São Paulo, área nobre da cidade. “Uma das primeiras coisas que você aprende no mercado imobiliário é que a primeira coisa para se comprar ou vender é a localização. A segunda e a terceira também”, brinca Mylla. “A gente também criou uma expertise aqui no bairro. Sabemos quem compra e quem vende nessas redondezas.”
O casal prefere trabalhar com apartamentos de 100 a 200 m², especialmente imóveis antigos que precisam de reforma. “Sei que o mercado está mudando para apartamentos menores, novos empreendimentos, grandes condomínios, mas, por enquanto, não compensa muito para nós. Quem sabe a gente abre esse leque num futuro próximo”, comenta Mylla.
Ela se diverte com a reação dos clientes ao reconhecê-la como corretora. “Eles ficam olhando com aquela cara de ‘te conheço de algum lugar’, e depois, quando se sentem mais à vontade, perguntam. Aí vem a intimidade. Meus clientes viram amigos.”
Mylla e Tutu não revelam valores, mas admitem que tem ido um bom negócio atuar nesse ramo. “É um mercado sempre em movimento. Já perdemos dinheiro também. Já apostamos alto e não tivemos retorno. O mercado é assim em qualquer setor. Mas o que nos dá prazer mesmo é a transformação. É ver que todo o seu trabalho, toda a sua entrega e o seu capricho valem a pena. É criatividade, e é arte também”, diz a atriz.
ANA CORA LIMA