ENTREVISTA

Luciana GImenez: 'apesar da idade, a cabeça ainda é de uma jovem'

Aos 55 anos, apresentadora enfrenta problemas de saúde e admite sentir medo de possíveis restrições.

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Foto: Facebook
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Eduardo F. Filho

A apresentadora Luciana Gimenez, de 55 anos, levou alguns sustos nos últimos anos. Em janeiro de 2023, precisou passar por uma cirurgia de emergência para tratar fraturas na tíbia da perna esquerda após um acidente esquiando em Aspen, nos Estados Unidos.

Mais recentemente, em março deste ano, precisou se submeter a uma cirurgia de emergência para corrigir uma hérnia de disco na coluna cervical, procedimento que envolveu a colocação de uma prótese. A intervenção a fez ficar afastada dos exercícios físicos, um hábito que mantém desde os 13 anos, prejudicou sono, a fez perder a voz e desencadeou algo que ela não estava acostumada a sentir: medo.

“Tenho medo de fazer coisas que antes fazia, como patinar. E isso para mim é muito estranho”, afirma. Confira como ela tem encarado esses desafios na entrevista a seguir:

Alimentação e Estilo de Vida

Como você cuida da sua alimentação?

Ser saudável virou um estilo de vida para mim. Sempre fui uma pessoa muito atenta com o meu corpo e não costumo fazer dietas restritas. Mas também não exagero. Se quero, como. Fui ao cinema um dia desses e comi pipoca doce, por exemplo. Adoro sorvete e bolo de chocolate. Mas no dia a dia costumo fazer refeições mais leves e com comidas saudáveis. De manhã, como um ovo, um pãozinho branco que adoro, uma fruta. No almoço, como uma proteína, salada, legumes. Costumo tomar shakes de proteína à tarde e um docinho também, geralmente um chocolate 70%. Não vivo para comer, como para viver.

Como é sua relação com o álcool?

Bebo pouquíssimo. Para não ser chata, quando vou para a balada posso tomar um vinho. Ando sempre com o mesmo copo na mão, para as pessoas não ficarem me oferecendo. Não me identifico com a sensação de estar bêbada. Fui a um restaurante com um amigo e uma menina que claramente estava bêbada me convidou para dançar umas três vezes. Na quarta, disse que eu estava desanimada. Respondi: “não estou desanimada, só não estou bêbada”. Também bebo uma cerveja na praia. Mas em seguida viro três copos de água, desesperada para não ficar bêbada. Se bebo mais, no dia seguinte fico inchada, abatida, desidratada, tenho aquela dor de cabeça, aquela sensação estranha. Fora que é calórico, né?

Desafios de Saúde e Superação

Você já afirmou que não dorme bem. Como tem feito para lidar com o problema?

Sempre dormi muito bem, mas de uns dois anos para cá tive uns problemas de saúde e perdi a habilidade de dormir naturalmente. Confesso que estou meio angustiada com isso, porque gosto de dormir, de ficar na cama. Não sou daquelas que se contentam com quatro ou cinco horas de sono. Quer me ver de mau humor é ficar sem dormir ou dormir pouco. Não funciono antes das 11 da manhã. Estou conversando com um médico sobre isso, entrei no esquema de desligar as telas algumas horas antes, colocar uma música relaxante, ler um livro.

Suas cirurgias foram complexas. Como elas mudaram sua rotina?

Tenho três hérnias, mas apenas uma “explodiu”. Posso dizer que foi a dor mais horrível que já senti. Acordei sem conseguir me mover. Quando você machuca a perna, sabe que o osso vai colar ou reconstruir, mas a coluna você não sabe. Já se passaram quase dez semanas desde a cirurgia e ainda sinto medo. Tenho duas protusões e fico pensando “quando elas vão explodir?”. Tenho medo de fazer coisas que antes fazia, como patinar. E isso para mim é muito estranho, porque não costumo ter medo de fazer as coisas. A minha vida literalmente parou. Estou me acostumando a ter paciência e aceitar o processo, porque foge das minhas mãos. Também perdi a voz, esse é um efeito colateral que poucas pessoas têm. Infelizmente fui uma delas. Não sabemos se ela vai voltar totalmente ou como. Mas estou trabalhando com uma fonoaudióloga e fazendo exercícios vocais todos os dias.

Reflexões sobre o Tempo e Relacionamentos

O passar do tempo impactou sua disposição?

Não, é estranho. Vai passando o tempo e você se sente exatamente a mesma pessoa. Me sinto como a menina que se mudou para Paris com 20 anos. Talvez o corpo não seja o mesmo, mas a cabeça é exatamente igual. Você fica mais madura, ganha sabedoria. Hoje aprendo as coisas mais rápido, mas acredito que isso também seja por medo de perder tempo. Não sei se terei os próximos seis meses, então para que postergar? Se me chamar para algo, fale a data, porque já aceitei. Quero tudo para ontem. O desespero de viver está maior do que antes.

Você disse em entrevista que gosta de se relacionar com homens mais novos, porque “de velha já basta eu”…

Sou uma pessoa muito brincalhona. E as pessoas levam as coisas muito ao pé da letra. Mas vou te falar a real, sou extremamente reservada. Nunca sabem o que estou fazendo ou com quem. Gosto de pessoas mais jovens porque sinto que a energia delas é mais compatível com a minha. Mas tem homens maravilhosos, amigos meus, mais velhos, que também têm essa energia. Cito aqui os pais dos meus filhos. O Mick Jagger já tem 80 anos, mas é uma pessoa extremamente jovem de cabeça, ágil. O Marcelo de Carvalho também é ágil, forte, jovem. Conheço homens, amigos meus, de 25 anos, extremamente cansados. Uma hora isso vai acabar, então, enquanto está dando para fazer, vamos fazer. Gosto de viver.