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Há seis anos, o Brasil se emocionava ao ver Irmã Dulce dos Pobres ser proclamada santa pelo Papa Francisco, em uma cerimônia histórica na Praça de São Pedro, no Vaticano. Era 13 de outubro de 2019 quando Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, a mulher de voz mansa e coragem imensa, se tornava oficialmente Santa Dulce dos Pobres, a primeira santa nascida em solo brasileiro. A data marcou não apenas a fé de um país, mas também o reconhecimento de uma vida dedicada aos que mais sofrem. “Servir é a forma mais bonita de amar”, dizia ela, e essa frase segue sendo o fio condutor de um legado que ultrapassa gerações.

De um simples galinheiro transformado em abrigo, nasceu uma das maiores obras de caridade do Brasil: as Obras Sociais Irmã Dulce (OSID). Criada com gestos pequenos e fé inabalável, a instituição hoje acolhe milhares de pessoas em busca de saúde, alimento e dignidade. O que Santa Dulce iniciou com as próprias mãos, os voluntários e profissionais da OSID mantêm com o mesmo espírito. “A obra não é minha, é de Deus. Eu sou apenas um instrumento”, dizia a religiosa, lembrando que a fé verdadeira se manifesta no cuidado com o outro, e não apenas nas palavras.

Seis anos após sua canonização, o “Anjo Bom da Bahia” continua sendo símbolo de compaixão e esperança. Nas ruas de Salvador, nos corredores dos hospitais e nas orações de quem encontra consolo em seu exemplo, Santa Dulce permanece viva. Sua história prova que o milagre não está apenas nas curas reconhecidas pelo Vaticano, mas no gesto cotidiano de quem escolhe amar, acolher e servir. O Brasil celebra não só uma santa, mas uma mulher que fez da fé um ato concreto de transformação.