TEXTO: SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Transar pode ajudar a emagrecer? Mas emagrecer a ponto de substituir os benefícios de exercícios regulares e alimentação balanceada? Celebridades como Kim Kardashian, Kate Hudson e Cameron Diaz garantem que sim. Elas são algumas das adeptas da controversa “dieta do sexo”, prática que consiste em fazer sexo intenso por horas consecutivas ao menos três vezes na semana.
Foi desta extasiante maneira que, segundo a imprensa inglesa, Kardashian perdeu três quilos em sete dias quando estava no auge de seu relacionamento com Kanye West, há alguns anos. Kate e Cameron já contaram que também tiveram bons resultados com a técnica que, no entanto, está longe de ser uma unanimidade.
Para a endocrinologista Maria Edna de Melo, é quase uma piada acreditar que é possível emagrecer saudavelmente transando por horas a fio sem pausas, e em uma frequência previamente combinada. “Falar em perda de peso com experiências anedóticas estigmatiza o tratamento sério”, diz a profissional.
Ela alerta para mais um problema que pode vir a reboque desta “dieta”. “A prática sexual prolongada pode ocasionar ferimentos genitais e microlacerações que podem evoluir para infecções”, afirma. Isso sem falar na “obrigação” de transar por tanto tempo, em ritmo frenético, para alcançar os objetivos pretendidos. “A saúde sexual é importante para a vida de um casal e os benefícios envolvem também a parte mental”, diz a médica.
CALORIAS
Ainda não há um consenso sobre quantas calorias se perderia nesta maratona sexual – fala-se em algo em torno de 8.000 nas três horas. Maria Edna insiste que esta “técnica” não traz bons resultados e deve ser evitada. “A academia, exercícios e, principalmente, cuidar da alimentação continuam a ser a melhor recomendação para a perda de peso”, defende.
A ginecologista Vanessa Matos também alerta que o sexo prolongado pode trazer problemas internos, mais sentidos do que vistos. “A relação sexual prolongada pode gerar inclusive infecção urinária. Já que a dieta consiste em uma prática ininterrupta, a lubrificação vaginal pode ser comprometida, gerando lesões, o que contribui para doenças sexualmente transmissíveis”, afirma.