Uma publicação nas redes sociais do padre Fábio de Melo, feita no último dia 10, desencadeou uma intensa onda de ataques virtuais e resultou na demissão de um gerente de loja, acusado pelo religioso de tê-lo tratado com desrespeito. O episódio ganhou proporções nacionais e acendeu o alerta sobre o impacto das redes sociais e a responsabilidade de figuras públicas ao expor situações pessoais envolvendo terceiros.
Com mais de 20 milhões de seguidores, o padre relatou em tom de desabafo o que classificou como um episódio de descortesia por parte de um atendente, sem citar o nome do profissional ou o local exato. A repercussão, no entanto, foi imediata: internautas se mobilizaram para identificar o funcionário, pressionaram a empresa e passaram a divulgar informações pessoais do suposto envolvido.
“Minha imagem foi atacada”, diz ex-gerente
Poucos dias depois, Jair Aguiar, identificado como o gerente apontado, veio a público por meio de uma postagem no Instagram para contestar a narrativa. “Minha imagem foi atacada, minha história deturpada e meu nome jogado ao julgamento da internet”, escreveu.
Segundo Jair, ele foi demitido sem sequer ter tido a oportunidade de apresentar sua versão dos fatos. “Fui acusado de atitudes que não cometi. Meu único pedido é que as pessoas me ouçam com o mesmo interesse com que ouviram as acusações. Que a verdade prevaleça”, afirmou.
Caso levanta discussão sobre linchamentos virtuais
O episódio provocou reações divididas. Enquanto parte do público apoiou o padre e lamentou o ocorrido, outra parcela criticou a forma como a exposição se deu, sem um apelo direto à responsabilização do funcionário, mas que, ainda assim, resultou em repercussões graves e pessoais para um cidadão comum.
Especialistas apontam que o caso é mais um exemplo da necessidade de cautela no uso das redes sociais por pessoas públicas, cujo poder de influência pode, mesmo sem intenção, mobilizar multidões e causar danos significativos.