A atriz Deborah Secco tem negócio em Belém. A presença da artista na capital paraense se dá por meio do “Peça Rara Brechó”, rede da qual é sócia e que se tornou referência nacional no segmento de second hand (itens de “segunda mão”).
E não é só a atriz que desapegou das próprias roupas. Celebridades como Adriane Galisteu, Hugo Moura, Helô Pinheiro, Dani Calabreza, Claudia Ohana, Roberta Miranda, Ludmilla, entre outros, também tem peças nas unidades. Completando 18 anos em abril, a rede hoje reúne mais de 130 lojas espalhadas pelo país, com faturamento acima de R$250 milhões em 2024.
O ponto na capital paraense fica localizado no bairro Batista Campos, na esquina da Avenida Gentil Bittencourt com a Travessa Rui Barbosa. A loja reúne peças de vestuário, calçados, acessórios e itens de decoração que carregam histórias e ganham novo destino nas mãos de outros consumidores.
O segmento, em expansão, tem como dados de crescimento de 24,41% nas vendas de 1° janeiro a 31 de julho de 25 em relação ao mesmo período do ano passado, isso equivale a 486.708 mil itens a mais que 2024. O total de peças vendidas foi de 2.481.109 só nos 7 primeiros meses do ano. A expectativa é fechar o ano com mais de 5 milhões de peças seminovas vendidas, de vestuário feminino, masculino e infantil, a calçados, acessórios, móveis e itens de decoração.
A meta da marca é ambiciosa: chegar a 300 lojas até 2030 e estar presente em todas as capitais brasileiras – atualmente, a rede ainda não alcançou o Amapá, Roraima, Rondônia e Acre.
Consignação
A operação do Peça Rara funciona por meio de consignação. Os clientes deixam roupas ou objetos que não usam mais, e, após a venda, podem optar entre resgatar o valor arrecadado ou utilizá-lo em créditos dentro da própria loja. Todo o processo pode ser acompanhado pelo aplicativo da marca.
Para itens que não passam pela curadoria de qualidade, há duas opções: devolução ao fornecedor ou doação para os bazares do Instituto Eu Sou Peça Rara, criado em 2019. Esses bazares comercializam produtos por valores simbólicos, de R$5 a R$50, revertendo integralmente a renda para projetos sociais.
Impacto
O impacto ambiental positivo é expressivo. Em 2024, a rede ressignificou mais de 3,7 milhões de itens e realizou cerca de 2 mil bazares beneficentes. Isso representou não só a arrecadação de R$2,8 milhões destinados a instituições sociais, como também a economia de recursos naturais.
Cada peça revendida evita a emissão de até 5,7 kg de CO2, economiza 2.700 litros de água e reduz em até 85% o consumo de energia em comparação com a produção de um item novo. Ao todo, já foram poupados 38 bilhões de litros de água e evitadas mais de 237 mil toneladas de gás carbônico na atmosfera.
O projeto Sacolas Retornáveis, que incentiva clientes a reutilizarem embalagens de casa e reduzirem o uso de sacolas plásticas, também reforça a política de sustentabilidade da rede. Somente essa iniciativa já evitou a emissão de 37 toneladas de CO2 e economizou 81,4 milhões de litros de água.
Mercado
O mercado global de roupas de segunda mão segue em plena expansão. De acordo com o relatório TreadUp Resale Report 2025, o setor deve alcançar US$ 367 bilhões até 2029, crescendo em ritmo 2,7 vezes maior que o da indústria de vestuário tradicional. Em 2024, esse mercado cresceu 15%, com as roupas usadas já representando 9% dos gastos globais com moda e deve manter uma média de crescimento de 10% ao ano nos próximos cinco anos.