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Débora Falabella diz que Lucinda 'é muito real'

Débora Falabella, de 44 anos, tem conquistado o carinho do público ao interpretar Lucinda, a gerente da Cooperativa agrícola da cidade fictícia de Nova Primavera, na novela ‘Terra e Paixão’, da TV Globo. Foto: Divulgação
Débora Falabella, de 44 anos, tem conquistado o carinho do público ao interpretar Lucinda, a gerente da Cooperativa agrícola da cidade fictícia de Nova Primavera, na novela ‘Terra e Paixão’, da TV Globo. Foto: Divulgação

Agência O Dia

A atriz Débora Falabella, de 44 anos, tem conquistado o carinho do público ao interpretar Lucinda, a gerente da Cooperativa agrícola da cidade fictícia de Nova Primavera, na novela ‘Terra e Paixão’, da TV Globo. A personagem, que já enfrentou as agressões do  ex-marido alcoólatra, Andrade (Ângelo Antônio), e luta contra o bullying sofrido pelo filho, Cristian (Felipe Melquiades), que é albino, está tentando reconstruir a própria vida e permitindo-se aproveitar o amor de Marino (Leandro Lima), o delegado local.

Em conversa com O Dia, a  artista comemora o apoio dos telespectadores e fala sobre a nova fase de Lucinda na obra de Walcyr Carrasco. No início da trama das 21h, Lucinda chegou a perdoar diversas agressões de Andrade, pois acreditava que manter seu casamento, apesar de tudo, era a coisa certa a ser feita. Débora relembra que, na ocasião, as decisões da personagem não foram compreendidas por muitos daqueles que acompanhavam a novela.

“Acho que essa incompreensão, infelizmente, reflete a nossa sociedade, que muitas vezes não compreende o abuso, culpabiliza a mulher e não entende que essa violência é algo estrutural”, pondera a atriz, que aproveita para ressaltar a adesão atual do público em relação à personagem. “Ela é muito real e isso faz com que o público se aproxime dela. É muito bom quando você consegue interpretar uma personagem lúcida, batalhadora e capaz de conquistar.  A Lucinda, nesse momento da novela, está feliz, e vejo que o público está com ela”, celebra.

A artista, que já interpretou papéis fortes como Mel de ‘O Clone’, Rita/Nina de ‘Avenida Brasil’ e Irene de ‘A Força do Querer’, admite que o nível de complexidade para viver a personagem de ‘Terra e Paixão’ foi  elevado, especialmente no começo da obra. “No início da  novela, ela sofria muito com a violência do marido e lidar com essas questões não é algo  fácil, principalmente quando sabemos que milhares de mulheres passam por isso”,  lamenta Débora.

“Era preciso que as pessoas compreendessem a personagem e o porquê dela continuar nessa relação. E isso só é possível quando o público se identifica. Outra questão da Lucinda é que ela é uma personagem boa, íntegra. E não é tão simples interpretar personagens assim, sem ser algo fora da realidade. O público gosta de personagens que erram, se diverte com vilões, e as personagens que têm uma conduta correta muitas vezes, por incrível que pareça,  não causam tanta empatia”, explica a atriz, que, desde o momento em que foi escalada, tem se  dedicado à humanização do papel.

Ao ser questionada sobre a contribuição de Lucinda para a conscientização do telespectador acerca da violência contra a mulher, Débora afirma que enxerga um papel social  no desenvolvimento da personagem. “Acredito, sim, que ela contribua para a conscientização das pessoas. Principalmente no início da novela. E acho muito bonito nesse momento a Lucinda ser feliz, e o público vê-la assim, sendo feliz com um novo amor, voltando a se reestruturar e reconstruir sua dignidade e sua família”, opina a artista.

‘Bonito mostrar uma mulher se reconstruindo na vida’

Satisfeita com o rumo traçado pelo autor  para sua personagem, Débora aproveita para enaltecer o romance entre a gerente da Cooperativa e o delegado Marino. “A relação dos dois é muito bonita, foi muito bem construída! São dois personagens que passaram por  muitas coisas na vida, erraram, sofreram, mas agora querem crescer juntos. Acho bonito mostrar uma mulher se reconstruindo na vida e amando novamente, sendo respeitada e também amada e desejada”, comemora.

Sobre a relação entre Lucinda e o ex-marido, que segue tentando recuperar sua confiança, a atriz afirma que a história está sendo “bem conduzida”. “O Andrade está saindo do vício e lidando com seu comportamento, que culminou na  separação. E acho que a Lucinda espera que ele seja um  bom pai, mas também entendo que ela não esqueça o que viveu”, reflete. Entre os muitos desafios presentes na trajetória de Lucinda encontra-se também a maternidade.

De acordo com Débora, a forma como a personagem tem conduzido as necessidades do filho durante o divórcio demonstra que ele é a pessoa mais importante para ela. “Ela está descobrindo como lidar com a separação. Como manter uma relação possível e como confiar no ex-marido agressor. Como mostrar para o Cristian que ele segue sendo filho do Andrade e como o Marino entra na vida deles. Acho que ela tem tido uma conduta maravilhosa. Respeitando todos os lados. Nada é mais importante para ela do que o filho”, destaca a artista, que é mãe de uma menina de 14 anos.