Conhecido por interpretar o médium Dr. Alberto na novela A Viagem (1994), o ator Cláudio Cavalcanti marcou a trama ao ajudar os protagonistas Diná (Christiane Torloni) e Otávio (Antônio Fagundes) a enfrentar o espírito atormentado de Alexandre (Guilherme Fontes). Fora das câmeras, porém, sua relação com a espiritualidade era bem diferente — pelo menos no início.
Durante as gravações da novela, Cavalcanti era assumidamente ateu. Em entrevista à Folha de S. Paulo, na época da exibição original da trama de Ivani Ribeiro, ele chegou a afirmar:
“Essa conversa de Deus, pátria e família é motivo dos maiores crimes da história. Durante essa novela, eu aproveito para fingir que acredito em alguma coisa.”
Apesar do ceticismo, a vivência intensa com o enredo espiritualista da novela parece ter provocado uma transformação. Em entrevista ao programa The Noite, em 2022, a atriz Lucinha Lins revelou que Cavalcanti passou a demonstrar um novo interesse pela espiritualidade após a novela.
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“Ele era ateu, mas não ficou assim quando acabou a novela. Teve alguma coisa que mudou nele, uma mudança no nível ‘estou vendo alguma coisa ali e quero entender’”, contou a atriz.
Mesmo anos depois, muitas pessoas ainda associavam Cláudio Cavalcanti ao espiritismo. Em entrevista ao jornal O Globo, pouco antes de sua morte, o ator comentou que o público acreditava que ele era espírita por causa do papel marcante.
Cavalcanti faleceu aos 73 anos, no dia 29 de setembro de 2013, vítima de um choque cardiogênico que evoluiu para insuficiência renal e falência múltipla dos órgãos.
Além de sua carreira na televisão, também se destacou na política: foi vereador do Rio de Janeiro por duas legislaturas e atuou como secretário municipal de Defesa dos Animais — área pela qual era especialmente apaixonado.
