É como uma espécie de “spin-off”, uma série derivada em que se vê os mesmos personagens envoltos em novos dramas. Assim a Casa do Reencontro movimentou os participantes já eliminados do BBB23, que voltaram a ser confinados em uma casa paralela, com a chance de dois deles voltarem ao jogo nesta quinta, pela escolha do mesmo público que os retirou do reality.
Eliminado da semana, com 50,23% dos votos, Fred Desimpedidos recusou a segunda chance após admitir que tinha chegado ao seu limite. Ainda na noite da terça-feira, 21, ele se juntou aos outros eliminados e ficou completamente surpreso e sem entender o que estava acontecendo. Mas quando Tadeu Schmidt apareceu e explicou a dinâmica, o jornalista disse que não gostaria de continuar no jogo.
“Eu quero desistir. Tudo o que eu tinha para mostrar… Eu mostrei. Prefiro ter essa lembrança do Big Brother. Vou amar acompanhar essa dinâmica na minha casa, mas na minha casa, com a minha família (…) Cheguei no meu limite”, esclareceu.
Já para o amor que ele encontrou no BBB23 com Larissa, ele vê vida fora da casa. “Sim, Laried vive aqui fora! Com certeza, estou esperando a Lari aqui fora, pra gente conversar bastante, muito sobre jogo, mas também viver muitas outras coisas também”, completou. Já a personal trainer encarou a repescagem.
E a Casa do Reencontro veio como um Jogo da Discórdia em versão revisada e ampliada pelas percepções adquiridas pelos brothers e sisters durante o tempo fora do BBB23. Mas não curou feridas nem ranços.
A começar pela implicância de Key e Gustavo com Larissa. Ao ouvir uma conversa de Lari sobre TikTok, os dois aproveitaram para alfinetar a moça e fazer troça de suas ambições como influencer. “Eu deveria ter falado mais coisa no jogo da discórdia. (…) A pessoa vem pro BBB e só pensa nisso”, disse Key. Gustavo comentou: “Quer o verificado… Você tem um milhão e pouco (de seguidores)”.
Gabriel Fop também retomou a velha implicância com Marília, e disse que ela achava que o mundo girava em torno dela. A maquiadora não deixou barato: “E você? Eu nem estava olhando pra sua cara.”
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CHORO E PROCESSO
Já Fred Nicácio chorou copiosamente e classificou a volta ao jogo como um “pesadelo”. “Parece um pesadelo esse lugar. Eu acordei e não estava acreditando que eu estava aqui dentro com essas pessoas. Essas pessoas fizeram mal para mim num nível muito grande, elas me machucaram demais”, comentou Nicácio, que tinha se isolado do resto do grupo desde que entrou na casa. O brother foi até acusado de fazer um personagem nas redes.
Ao ver o médico chorando, Paula ainda tentou consolá-lo e revelou ter sido também vítima de comentários pesados. “A Key falou coisas absurdas de mim e do meu corpo. A Larissa fez comentários sobre a minha pessoa e até personalidade. A Marília também. Ela não me deixou em paz.”
Logo depois, ele reuniu os participantes da Casa do Reencontro e pediu atenção de todos para falar sobre racismo e intolerância religiosa dentro da casa. “Traição, mentira, enganação, faz parte do jogo. Isso são decepções que ficam no jogo”, começou. Em seguida, mandou uma indireta para Cristian, Gustavo e Key. “O tempo inteiro, todo dia, a gente tem que lidar com isso desde que a gente acorda até a hora que a gente dorme, todos os dias, e vocês nunca vão saber o que é ser seguido dentro de um supermercado. Vocês nunca vão saber o que é tomar uma dura de um policial sem ter feito nada. Vocês nunca vão saber o que é ter um olhar atravessado pra você por causa da sua cor. Vocês nunca vão saber o que que é ser diminuído porque as pessoas não acreditam que você é médico, porque você tem que ser o faxineiro”.
Fred citou ainda como o caso gerou vários gatilhos e o prejudicou mentalmente. “Racismo, para além de não ter nada a ver com jogo, é crime. O que vocês fizeram é criminoso. Racismo religioso é uma coisa muito séria.” Ele concluiu que os três participantes terão que responder judicialmente. “O que vocês fizeram foi crime, e meu jurídico vai acionar vocês lá fora. Vocês vão ter que responder judicialmente por isso.”
Cristian e Gustavo focaram em pedir desculpas a Fred. Já Key se desculpou, mas não achou que o ato foi racista. “Entendo, te peço muitas desculpas mesmo. O que a gente fez foi erradíssimo. Mas, racismo a gente não praticou (…) Você pode falar que a gente foi intolerante, de que a gente falou da religião, ok. Isso a gente tá pedindo desculpa. Mas falar que a gente é racista é outro nível. Porque poderia ser qualquer outra pessoa. Porque não é porque você é negro. Minha família é negra.”
A fala foi rebatida imediatamente por Tina: “Esse é o primeiro discurso de toda e qualquer pessoa racista”.
*Com Folhapress/SP
