O homem que participou do sequestro em 2001 da apresentadora Patricia Abravanel, filha de Silvio Santos, foi preso novamente pela polícia, agora acusado de tráfico de drogas.
Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, policiais civis do 32º Distrito Policial (Itaquera) prenderam na quarta-feira (21) dois homens pelos crimes de jogos de azar, tráfico e associação ao tráfico de drogas.
A equipe flagrou os suspeitos vendendo drogas e localizou um bar num imóvel, onde foram apreendidas cinco máquinas caça-níqueis.
Um dos suspeitos é Marcos Bezerra Santos, um dos homens que esteve envolvido no incidente com a filha de Silvio Santos. Conforme a delegada Vanessa Guimarães, do 32º DP, ele ficou preso por 14 anos em regime fechado devido a esse crime, e agora acumulará mais alguns anos na cadeia.
SEQUESTRO EM 2001
O sequestro começou em 21 de agosto daquele ano, quando Patricia foi rendida na porta da casa da família, no Morumbi, quando saía para ir à faculdade. O grupo de sequestradores era formado por Fernando Dutra Pinto, seu irmão e sua namorada, além de dois amigos.
Patricia foi solta do cativeiro após o pagamento de um resgate de R$ 500 mil. Ela chegou em casa na madrugada do dia 28, dirigindo o próprio carro. No dia seguinte, deu entrevista da sacada de um dos quartos da casa para dizer que perdoava os sequestradores e que havia sido bem tratada por eles.
Horas depois da liberação da vítima, os integrantes da quadrilha começaram a ser presos. Um grupo de investigadores descobriu, no dia 29, que Fernando Dutra Pinto estava escondido em um flat em Barueri com o dinheiro. A tentativa de prisão terminou com a morte de dois policiais civis e deixou outro agente ferido.
O país parou no dia 30 de agosto para acompanhar pela TV o último capítulo dessa história, quando Silvio, morto aos 93 anos neste sábado (17), ficou por sete horas refém de Fernando Dutra Pinto, o criminoso de então 22 anos que voltou ao local.
O apresentador foi solto no começo da tarde daquele mesmo dia, após participação direta do então governador Geraldo Alckmin, à época no PSDB e hoje no PSB. Ele que foi à casa de Silvio para oferecer garantias de segurança de vida ao criminoso, uma das exigências feitas para liberar a vítima.
O criminoso morreu quatro meses depois, na prisão, após sofrer uma parada cardiorrespiratória provocada por uma infecção generalizada.
LEONARDO VOLPATO/SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)