Uma das vozes mais marcantes da música popular brasileira, Angela Ro RO morreu nesta segunda-feira, 8 de setembro, aos 75 anos, no Rio de Janeiro. Ela vivia em situação financeira delicada e sobrevivia com apenas R$ 800 mensais de direitos autorais, estava internada desde junho e não resistiu a complicações de saúde.
Nos últimos meses, Angela passou por uma internação prolongada, que incluiu 21 dias na UTI, intubação, traqueostomia e perda temporária da fala e da coordenação motora. No início de agosto, após apresentar alguma melhora, lançou um site para arrecadar doações, única forma de complementar a renda insuficiente para custear o tratamento.
Carlos Eduardo Campista de Lyrio, advogado da artista, contou em julho deste ano, ao Metrópoles, com Angela já internada, que ela não tinha aposentadoria.
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“Impossibilitada de se apresentar ao vivo, sua única renda vem dos direitos autorais de músicas reproduzidas em plataformas digitais como Spotify, Deezer e YouTube, somando cerca de R$ 800 por mês. Ela vem se mantendo graças às doações feitas por fãs, colegas e familiares”, explicou ele.
A fragilidade financeira e de saúde não eram recentes. Em julho de 2015, a cantora já estava internada tratando problemas renais e uma infecção pulmonar grave, enquanto enfrentava uma crise econômica severa. Sem aposentadoria e impossibilitada de se apresentar ao vivo, ela se mantinha com a ajuda de fãs, amigos e familiares.
Apesar das dificuldades, Angela deixa um legado artístico de mais de 20 discos lançados, quase 80 músicas registradas e uma trajetória marcada pela autenticidade e pela potência de sua voz rouca, que a consagrou como uma das pioneiras da MPB.
