Matheus Miranda
Deu a lógica! Na disputa da partida mais interessante do Grupo G válida pela segunda rodada da Copa do Mundo do Qatar, o Brasil, aos trancos e barrancos, venceu a Suíça, por 1 a 0, placar magro, mas o suficiente para garantir a classificação antecipada às oitavas de final do Mundial, na tarde de ontem (28). Quem esbanjou otimismo foram os comerciantes do Mercado Ver-o-Peso, em Belém, que antes da bola rolar, colocaram em prática as receitas de sucesso para o desempenho positivo brasuca.
Uma das simpatias que vai ser determinante para o hexa, de acordo com a erveira Áurea Cheirosinha, é a de quebrar a ‘chibança’ dos adversários do Brasil até o fim do torneio – a exemplo o que ocorreu ontem contra a Suíça -, e o tradicional faz-querer-quem-não-me-quer, chega-te-a-mim e o vai-buscar-o-que-está-longe, que é o caso do troféu do hexacampeonato mesmo em meio ao nível parelho de disputa das partidas na competição que ficou claro até o momento. “Tem todo esse combo e o perfume do ‘olho gordo’ para passar na bandeira para tirar inveja dos concorrentes que não tem nada pra eles. Usar também o ‘talismã da sorte’ que vai deixar eles durinhos e vencer todos os jogos”, orientou.
Referência em esportes no Ver-O-Peso quando o assunto é encarnação entre Clube do Remo e Paysandu após a disputa de clássicos Re-Pa, o vendedor de ervas medicinais Tião do Leão, destacou que no momento a união em prol da equipe canarinho é o que vale. E vai ser assim até o fim do Mundial. “Hoje somos todo Brasil. Vamos ganhar essa Copa. Teve um time que ganhou uma copa aí recentemente, mas a de verdade é a que está rolando agora no Qatar. Brincadeiras à parte todos estamos torcendo e vamos gritar campeão”, brincou.
Trajado com Gutra na cabeça e a camisa amarelinha do Brasil, o Sheik do Veropa, Jorge Diego, da área de bebidas, trouxe aos comerciantes e consumidores no Mercado a irreverência na feira ao se entregar ao personagem. “Salamaleico! A Copa é do Brasil, está escrito. Vamos ganhar o título invicto. Namastê”, diverte-se.
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VIZINHANÇA
Mesmo em um horário atípico de partidas de futebol, moradores de diversas ruas da capital paraense não desperdiçaram a chance de se reunirem e fazer de suas residências, verdadeiras arquibancadas na partida do Brasil contra a Suíça, na tarde de segunda-feira (28). Na Travessa 3 de Maio, na Cremação, o camarote do Grande Vitelo estava lotado entre a vizinhança e familiares. De acordo com Paulo Evaristo, o Vitelo, a confraternização é especial. “Aqui é todo mundo faz a sua parte. É uma alegria muito grande poder celebrar, ter a ajuda de todos. O hexa vem. Estamos fazendo a nossa parte. Nossa família está reunida com responsabilidade torcendo e levando alegria para todos”, diz.
O clima contagiante em prol da seleção foi tão grande que fechou uma rua inteira. Ao lado do Rancho Não Posso Me Amofiná, no bairro do Jurunas, o local estava personalizado como um camarote de qualquer estádio em Doha, com telão e aparelhos de som, com direito a bonecos e toldos estilosos. Wagner Silveira, autônomo, destacou. “Em dia de jogo tudo para. A Seleção Brasileira fala mais alto e estamos aqui servindo e torcendo pelo nosso Brasil. É festa o dia todo”, garante.
Já os bares estavam cheios com torcedores. O bairro da Pedreira, por sinal, foi um dos grandes redutos para união. Na Avenida Marquês de Herval, o Villa Park demonstrou o potencial do bairro do Samba e do Amor, ao adicionar neste período de Copa do Mundo, o diferencial no esporte também, com apaixonados e simpatizantes pelo futebol.
O militar Rafael Souza comemorou. “Além da boa localização, você encontra aqui a reunião de familiares, parentes e amigos em um momento que estamos vivendo de Copa do Mundo. É um ponto de boa reunião para todo mundo, todo mundo focado em torcer e se divertir”’, disse o torcedor que estava acompanhado da sua esposa.
