Diário no Qatar

Croácia e Marrocos querem o terceiro lugar na Copa

As duas nações chegam à partida com motivos de sobra para darem às torcidas um grande espetáculo no estádio Khalifa Internacional, em Doha. Foto: Divulgação
As duas nações chegam à partida com motivos de sobra para darem às torcidas um grande espetáculo no estádio Khalifa Internacional, em Doha. Foto: Divulgação

CLAUDINEI QUEIROZ
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O confronto pelo terceiro lugar em Copas do Mundo sempre provocou a discussão da sua real necessidade, uma vez que as seleções que o disputam vêm de derrotas nas semifinais e, muitas vezes, os jogadores vão a campo sem o ânimo habitual. Mas o duelo entre Marrocos e Croácia, às 12h (de Brasília) deste sábado (17), no Qatar, deve ser diferente.

As duas nações chegam à partida com motivos de sobra para darem às torcidas um grande espetáculo no estádio Khalifa Internacional, em Doha.

Do lado croata, o grande incentivo é proporcionar ao meia e capitão Luka Modric a oportunidade de encerrar sua última Copa novamente no pódio, após o vice-campeonato no Mundial da Rússia, em 2018.

Aos 37 anos, o craque, eleito melhor jogador do mundo pela Fifa em 2018, ainda não anunciou se vai se aposentar da seleção, mas o seu treinador, Zlatko Dalic, espera convencê-lo a continuar até a Eurocopa de 2024, na Alemanha.

“Espero que ele esteja lá. Eu realmente acho que ele estará presente. Luka vai decidir por si mesmo, dependendo de onde ele estiver no futebol, na seleção. Claro, é uma decisão apenas dele”, disse Dalic, um dia depois da derrota para a Argentina nas semifinais, na quarta-feira (14).

“Será uma pena para todos os torcedores do mundo se Luka disser adeus à seleção. Ele exibiu um futebol tão bom e mostrou que é um profissional de ponta. É difícil para ele. e para mim também, se ele decidir não continuar”, acrescentou.

A vontade demonstrada por Modric ao longo do Mundial também é encarada pelo treinador marroquino, Walid Regragui, como um dos obstáculos para sua equipe ficar em terceiro no Qatar.

“Tiro o chapéu para Modric. O que ele está fazendo aos 37 anos é monumental. Ele foi o vencedor da Bola de Ouro e eu entendo perfeitamente o porquê”, disse o comandante. “Não sei se é o último jogo de Modric, ele é um guerreiro competitivo e vai querer terminar sua Copa do Mundo em grande estilo. Quando ele quer terminar em grande estilo, devemos ser cautelosos”, finalizou.

Já com um resultado histórico, por ser o primeiro país africano e falante de árabe a chegar às semifinais da Copa do Mundo, Marrocos também demonstra muita fome para vencer o último duelo e terminar na terceira colocação.

Regragui afirma que ele e seus jogadores gostariam de disputar o histórico sétimo jogo em Mundiais no domingo, na decisão, mas reconhece que terminar em terceiro também é muito importante para o futebol do país, o que deixaria os fãs orgulhosos.

“O Marrocos disputou seis partidas da Copa do Mundo em 20 anos e agora jogamos seis partidas em um mês, isso não tem preço. É como se tivéssemos jogado duas Copas do Mundo ou até mais, isso é lindo do ponto de vista da experiência”, destacou o treinador.
Tanto Dalic quanto Regragui esperam um confronto acirrado neste sábado. Muito mais do que o da fase de grupos, quando empataram sem gols e, no fim, os dois seguiram às oitavas de final, eliminando a até então favorita Bélgica e o Canadá.

“Será um adversário mais difícil do que na primeira fase. Eles não têm medo de ninguém. Será uma partida difícil. O Marrocos é a grande surpresa desta Copa do Mundo”, disse Dalic.

“Houve muita hesitação para o primeiro jogo… As duas equipes vão querer ganhar (sábado) e vai ser um grande jogo”, concordou o marroquino.

Apesar de estarem disputando a terceira posição na Copa do Qatar, Croácia e Marrocos tiveram desempenhos bem diferentes durante o torneio. Os europeus venceram apenas uma partida no tempo regulamentar, 4 a 1 no Canadá, na fase de grupos. As outras duas foram empates sem gols, com Marrocos e Bélgica.

Nas oitavas de final, novo empate (1 a 1) com o Japão e vitória por 3 a 1 nos pênaltis. Nas quartas, a grande surpresa ao segurar o Brasil no tempo normal, empatar por 1 a 1 na prorrogação e ganhar nas penalidades por 4 a 2. E a derrota por 3 a 0 para a Argentina na semifinal.

Já o rival africano demonstrou mais força no ataque desde o início, quando derrotou Bélgica (2 a 0) e Canadá (2 a 1) e empatou com os croatas. Na sequência, empatou sem gols com a Espanha no tempo normal e venceu na disputa de pênaltis por 3 a 0, eliminando um dos favoritos ao título. Nas quartas, outra vitória importante: 1 a 0 sobre Portugal, de Cristiano Ronaldo. E a derrota por 2 a 0 para a França na semifinal, que o levou ao reencontro com a Croácia.

Em relação aos times, os dois técnicos terão que fazer alterações no grupo que começa jogando. Regragui descartou a presença do capitão Romain Saiss, que tem uma lesão na coxa, situação parecida com a dos zagueiros Nayef Aguerd e Noussair Mazraoui e do atacante Youssef En-Nesyri.

Já Dalic não deve ter um dos seus principais jogadores de meio de campo, Marcelo Brozovic, que teve de deixar o jogo contra a Argentina aos 50 minutos com uma contratura muscular. Se ele não puder mesmo atuar, Lovro Majer deve ser o substituto. Outra ausência deve ser o lateral direito Josip Juranovic, que também sentiu uma lesão muscular e pode dar lugar a Stanisic, que ainda não atuou no Qatar.

Assim, se o jogo será decidido no tempo normal, na prorrogação ou nos pênaltis, só saberemos depois, mas o certo é que o torcedor deve ter bons motivos para ficar ligado no gramado, já que as duas seleções estão prontas para dar espetáculo.

Estádio: Khalifa, em Doha (Qatar)
Horário: Às 12h (de Brasília) deste sábado (17)
Árbitro: Abdulrahman Al Jassim (Qatar)
VAR: Julio Bascunan (Chile)
Transmissão: Globo, SporTV, Globoplay e Fifa+