Folhapress
É difícil negar o favoritismo da França, campeã do mundo em 1998 e 2018, contra Marrocos, a primeira nação africana a atingir as semifinais da Copa, na partida de hoje (14), no estádio Al Bayt, em Al Khor. Mas convém não duvidar da equipe dirigida por Walid Regragui, que vem exibindo capacidade de defender-se em alto nível e que já deixou Espanha e Portugal para trás, não tendo vergonha de adotar uma estratégia defensiva por nova zebra.
A formação marroquina levou apenas um gol em cinco partidas na competição. Foi na primeira fase, na vitória por 2 a 1 sobre o Canadá. E foi um gol contra, marcado pelo zagueiro Aguerd. O arqueiro Bono, que faz torneio excepcional, não foi batido por nenhum rival.
Os espanhóis tiveram 76,8% de posse de bola contra Marrocos, segundo a empresa de dados esportivos Opta. Trocaram quase inacreditáveis 1.019 passes. Porém acertaram um chute no gol em 120 minutos e, após empate por 0 a 0, perderam nos pênaltis. Por 3 a 0. Nem no desempate Bono foi vazado.
A eficiência se repetiu contra Portugal, triunfo por 1 a 0 em cabeceio de En-Nesyri, 25. Mas o desafio promete ser maior diante da França, que conta com o veloz Mbappé e o artilheiro Giroud em ótima fase.
Foi Giroud quem decidiu a vitória por 2 a 1 sobre a Inglaterra, nas quartas. Um jogo em que os atuais campeões tiveram dificuldades, mas voltaram a demonstrar força, apesar dos múltiplos desfalques sofridos na preparação e na própria competição.
O principal foi Benzema, eleito melhor do mundo pela revista France Football na temporada 2022. No entanto, o substituto Giroud, que passou em branco na conquista da Copa em 2018, já balançou a rede quatro vezes na atual edição. Mbappé celebrou cinco vezes.
Agora, a meta é superar Bono. “Marrocos tem mostrado recursos e qualidade. Merece muito respeito”, disse o camisa 9, preocupado com a possibilidade de o adversário acrescentar uma zebra à já extensa lista deste Mundial. “Precisamos dar tudo de nós contra um adversário duro.”
Depois de liderar o Grupo D, a França passou por Polônia e Inglaterra no mata-mata. Nas quartas de final, contra os Três Leões, os Bleus encontraram sérias dificuldades, mas um pênalti desperdiçado por Harry Kane resolveu tudo. Para encarar o Marrocos, Didier Deschamps não lida com novas ausências. A tendência é que o técnico repita a mesma escalação do compromisso anterior:
Líder do Grupo F, a seleção marroquina ainda não perdeu neste Mundial. A equipe empatou com Croácia e Espanha, e venceu Bélgica, Canadá e Portugal. Diante da seleção lusa, o técnico Walid Regragui não pôde contar com os serviços dos lesionados Nayef Aguerd e Noussair Mazraoui. Nas quartas, o comandante viu o defensor Romain Saïss e o atacante Hakim Ziyech deixaram os gramados com dores. Ainda assim é esperado que o quarteto esteja à disposição para enfrentar a França. A única baixa certa é Walid Cheddira, suspenso.