Chamar o conjunto da classe trabalhadora e o povo de Belém em geral para a construção de um governo através de conselhos populares, além da implementação de um plano de obras públicas. Essas são as principais propostas da candidata Well Macedo (PSTU), caso saia vitoriosa das urnas nas eleições municipais deste ano como prefeita de Belém, onde vai implementar uma gestão “revolucionária e socialista”.
A candidata do PSTU foi a quarta candidata à disputa municipal a ser entrevistada pelo programa “Bora Cidade” (RBATV – Canal 13) no final da manhã de ontem pelos apresentadores Agenor Santos e Natália Lago. A ordem das entrevistas foi feita através de sorteio com representantes dos candidatos na emissora no último dia 3. Hoje será a vez do candidato Igor Normando (MDB). Cada um dos candidatos tem 10 minutos para apresentar suas propostas para o eleitorado da capital.
Essas propostas-bases da candidata servirão para debater com a sociedade os eixos centrais da administração pública, como emprego e renda, saúde, educação, saneamento básico, transporte público que, segundo ela, abarcam os principais problemas sociais que afetam os trabalhadores e o povo de Belém.
Na área de mobilidade urbana, Well pretende criar uma empresa municipal de transporte público, com uma frota moderna de ônibus com ar-condicionado, Wi-Fi e catraca livre aos domingos e feriados e gratuidade todos os dias para pessoas desempregadas. Os contratos atuais com as empresas de ônibus seriam encerrados, de acordo com a candidata.
COP 30
Em relação à COP30 Well Macedo disse que seu partido está debatendo junto com movimentos sociais e outras organizações políticas a realização de uma “COP30 paralela”. Segundo ela, a COP que ocorrerá em Belém “é um evento para grandes empresários e capitalistas que vão discutir o meio ambiente numa perspectiva de lucro”. O PSTU, segundo ela, é um partido socialista e encara a questão ambiental sob outra perspectiva.
“Queremos discutir a questão dos povos da floresta, originários e ribeirinhos, do meio ambiente e do saneamento básico. Hoje 84% da população de Belém vive em meio a esgoto à céu aberto e é aqui que será feito esse grande evento internacional. Chamaremos todas as organizações sociais, ativistas e segmentos diretamente impactados com a devastação ambiental para discutir políticas estratégicas de defesa do meio ambiente”.
A candidata disse que hoje o caos está instalado na saúde de Belém. Segundo ela, as Parcerias Público-Privadas (PPP’s) na figura das Organizações Sociais (OS’s) firmadas pela prefeitura não conseguem garantir um serviço de qualidade e gratuito para a população. “Dinheiro há! Hoje 25 empresas em Belém recebem isenção fiscal. Cadê esses recursos? Porque não é utilizado para melhorar a saúde na Cidade?”, questiona.
Well disse que vai rever contratos firmados pela prefeitura e fazer uma auditoria pública na dívida municipal. “O orçamento da prefeitura é de R$ 5,3 bilhões! Mas apenas 8% do que o município arrecada ficam aqui em Belém Não há falta de dinheiro, e vamos construir uma empresa pública estatal para gerir esse recurso. Muitos capitalistas são contra, achando que tudo deve ser privatizado, mas esse sistema está aí e não melhorou os serviços para a população. A prova é que a energia elétrica que pagamos é uma das mais caras. Queremos rever tudo isso”.