Luiz Flávio
Ocandidato Eliel Faustino (União Brasil) foi o segundo candidato à prefeitura de Ananindeua – segunda cidade mais populosa do Pará -, a conceder entrevista à TV RBA – Canal 13 ontem. “Uma das minhas primeiras ações será tornar Ananindeua uma cidade mais inclusiva. Hoje temos um prefeito que endividou o município, faz obras caras e que não olha pela saúde, educação e nem pelo saneamento”, observou.
Faustino foi entrevistado dentro do Programa “Bora Cidade”, com início às 11h50, com a condução dos apresentadores Agenor Santos e Nathália Lago. Hoje será a vez do candidato Miro Sanova (PT). Mais quatro candidatos serão entrevistados até a sexta-feira. A ordem das entrevistas foi feita através de sorteio com representantes dos candidatos.
Deputado estadual licenciado em seu quarto mandato, Eliel lembrou que Ananindeua figura entre os piores em saneamento básico e esgotamento sanitário dentre os 100 maiores municípios do país, e que dados do Instituto Trata Brasil, mostram que Ananindeua possui um dos piores saneamentos do Brasil. “De cada 100 habitantes de Ananindeua, apenas 46 têm água encanada e tratada. Temos muitas famílias com deficiência em esgotamento sanitário e uma gestão que não trata a drenagem como deveria tratar”, denuncia.
Os apresentadores lembram que 76% dos domicílios de Ananindeua não têm infraestrutura de saneamento adequada e 45% não possuem sequer esgotamento sanitário. “Os grandes projetos nessa área realizados no município, como os projetos da bacia do Uma, Igarapé das Toras e Maguariaçu, foram feitos quando o governador Helder Barbalho era prefeito. De lá para cá não tivemos mais captação de recursos para projetos sérios. Vamos fazer projetos, ampliar parcerias com o governo do Estado, que foi o maior patrocinador de obras dentro de Ananindeua nos últimos 3 anos e meio, mas o atual prefeito rompeu com o governador…”, lembrou o candidato.
O candidato, que já foi vereador em quatro legislaturas no município, afirmou que a área de saúde em Ananindeua atualmente é “caótica”. Segundo ele o Pronto Socorro do município começou a funcionar sem que a UTI, sem falar que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) simplesmente não funciona dentro de Ananindeua em número de unidades suficiente para atender a quantidade de pacientes. “Hoje, no município, ou se morre na porta ou dentro das UPAs, que não possuem qualquer retaguarda para atendimento para quem procura”, afirmou.
E segundo Eliel recursos não faltam: o município tem um orçamento anual de R$ 1,416 bilhões, sendo R$ 355 milhões apenas para a área da saúde, sendo que R$ 70 milhões são destinados para hospitais de alta e média complexidade. “Então, analisando esses números, a saúde em Ananindeua só é boa para quem é dono de hospitais privados cujos donos possuem relação com o prefeito, onde a maioria da população não é atendida. A saúde no município não é para todos!”, critica.
Faustino, caso seja eleito, pretende construir no município uma maternidade municipal e mais um Pronto-Socorro. “Se nós fizermos as obras inclusivas voltadas para a população de Ananindeua onde mais de 200 mil pessoas vivem em situação e pobreza e de extrema pobreza, precisamos primeiro fazer o Pronto-Socorro funcionar sem politicagens como é hoje. O atual prefeito levou 3 anos e meio e não concluiu a obra”.
DÍVIDA
Eliel afirmou ainda que Ananindeua possui uma gestão irresponsável tanto do ponto de vista fiscal. O município possui hoje uma dívida de mais de R$ 1 bilhão, sendo mais de R$ 500 milhões apenas de empréstimos, com o restante dividido entre calote de empresas e dívidas previdenciárias”, calculou.
Ele lembra que a atual gestão gastou R$ 60 milhões em 2 quilômetros de orla no Icuí Guajará e outros R$ 50 milhões para a construção e um teatro no Maguary, além de mais de R$ 36 milhões em propaganda, “Só esses R$ 146 milhões que foram gastos de forma irresponsável dariam para melhorar a situação de milhares de pessoas de Ananindeua em várias áreas”. Como o prefeito Daniel Santos rompeu com o governador do Estado e também não dialoga com os prefeitos de Belém, Benevides e Marituba, várias áreas foram prejudicadas no município, como a coleta de resíduos.
“O problema do lixo é metropolitano e a destinação é um problema que precisa ser resolvido sem os conflitos que ocorrem hoje com a empresa que recebe esses resíduos, que muitas vezes fecha seus acessos por falta de pagamento das prefeituras. Precisamos de uma gestão séria, comprometida e com projetos de educação ambiental e coleta seletiva para reduzir o lixo na cidade”, aponta.