ELEIÇÕES - SP

Boulos pede prisão e cassação de Marçal depois de divulgação de suposto laudo sobre drogas

O candidato a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) pediu a prisão de Pablo Marçal (PRTB). Ele fez uma live em suas redes sociais na noite de sexta (4)

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O candidato a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) pediu a prisão de Pablo Marçal (PRTB). Ele fez uma live em suas redes sociais na noite de sexta (4) em que detalha a medida.
Os advogados apresentaram uma notícia-crime à Polícia Federal em que pedem também a cassação do autointitulado ex-coach por falsificação de atestado médico, uso de documento falso, disseminação de notícia inverídica em período eleitoral, calúnia, difamação e injúria e associação criminosa.

Marçal divulgou em sua página no Instagram um suposto laudo em que consta atestado que o candidato do PSOL teria testado positivo para cocaína.

O laudo é assinado pelo médico Jose Roberto de Souza. Uma consulta ao Conselho Federal de Medicina (CFM) mostra que o médico já morreu. O RG de Boulos que aparece no prontuário é incorreto, com um número a mais. O dono da clínica já foi condenado por falsificar diploma de medicina, como revelou a coluna.

A notícia-crime apresentada por Boulos afirma que Marçal fez “uso de documento falso que atestaria uma internação jamais ocorrida, numa clínica pertencente a Luiz, sendo esse um local em que o peticionário [Boulos] jamais esteve. Mais grave ainda é que o documento teria sido subscrito por um médico já falecido”. E pede também que a PF prenda o dono da clínica onde o laudo foi emitido, além de busca e apreensão em suas instalações.

“Oriundo dos esgotos daquilo que existe de mais sórdido na internet, Pablo Henrique da Costa Marçal trouxe para o processo eleitoral paulista a materialização das práticas irresponsáveis e delituosas que são a marca de sua vida privada”, diz a notícia-crime de Boulos.

A Folha de S.Paulo enviou mensagem a Marçal e procurou a sua assessoria, mas ele não retornou. A postagem de Marçal com um suposto prontuário médico foi removida das redes sociais do candidato na noite desta sexta-feira (4).

Boulos fez uma live na noite de sexta (4) dizendo que no dia em que o “laudo falso” divulgado por Marçal afirma que buscou auxílio médico, ele estava na favela do Vietnã, em São Paulo, distribuindo cesta básica.

O candidato do PSOL afirmo que assim que Marçal fez a publicação, sua equipe levantou fatos que comprovariam que se trata de uma mentira. “Primeiro, o dono da clínica do documento que ele publica [Luiz Teixeira da Silva Junior] tem um vídeo com o Pablo Marçal, é apoiador dele”, diz Boulos.

“O parceiro dele [de Marçal] falsificou o documento, usando o CRM de um médico que faleceu há dois anos, para que ninguém possa ser responsabilizado como médico. Ele usa o CRM de um médico que está inativo desde 2022, porque o médico faleceu. Olha o nível que o cidadão chegou, falsificação de documento”, segue Boulos.

“Simples assim. O cidadão não tem limite. A um dia da eleição, ele inventa essa fake news. Agora, gente, chegou num limite para ele. Estamos entrando agora a noite com um pedido de prisão contra ele, na Justiça Criminal. Dele e do dono da clínica. Dele e do dono da clínica”, afirmou ainda o psolista na live.

Após a live, o candidato do PSOL compartilhou um post (veja abaixo) com as evidências que contestam a veracidade do suposto laudo. A publicação reúne uma fotografia do sócio da clínica Mais Consultas, Luiz Teixeira da Silva Junior, com Marçal. Há também um vídeo dos dois.

Leia a nota da campanha de Boulos:

“O documento publicado por Pablo Marçal é falso e criminoso e ele responderá e arcará com as consequências em todas as instâncias da Justiça – eleitoral, cível e criminal. Uma atitude inaceitável de quem prova não ter limites em sua capacidade de mentir.
Marçal mostra mais uma vez ser um criminoso recorrente, que usa de mentiras absurdas para atacar a honra e a reputação e tentar promover uma manipulação sem precedentes no processo eleitoral.
Não podemos normalizar esse tipo de método que já colocou em xeque a nossa democracia no passado recente e que, agora, ameaça a normalidade destas eleições.
Marçal pagará pelos seus crimes.”