O novo Boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (25/7), revela que o vírus sincicial respiratório (VSR) permanece como a principal causa de internação e óbitos entre crianças pequenas. Apesar de uma queda recente nos casos, o VSR ainda afeta gravemente os mais jovens, enquanto o crescimento de casos de influenza A entre os idosos persiste.
O boletim, que abrange a Semana Epidemiológica 29 (14 a 20 de julho) com dados do SivepGripe até 20 de julho, indica uma desaceleração no aumento das hospitalizações por VSR e influenza A em algumas regiões do Centro-Sul. No entanto, casos de rinovírus e VSR continuam a crescer em estados do Sul e Sudeste, e alguns estados do Norte ainda enfrentam aumento de casos entre crianças menores de 2 anos.
Em termos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), o estudo aponta uma tendência de queda nacional tanto no longo quanto no curto prazo. Entretanto, quatro estados – Acre, Bahia, Minas Gerais e Roraima – mostram crescimento de SRAG a longo prazo. Entre as capitais, Boa Vista (RR), Fortaleza (CE), Rio Branco (AC), Salvador (BA) e São Luís (MA) também registram aumento nos casos.
Tatiana Portella, pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz (Procc/Fiocruz) e do InfoGripe, destaca que o cenário atual de SRAG no Brasil é impulsionado pelos vírus VSR, influenza A e rinovírus. “Embora o vírus influenza A esteja crescendo, especialmente entre os idosos, em alguns estados do Centro-Sul já se observa uma interrupção no crescimento”, afirma.
No que diz respeito à Covid-19, a circulação do vírus aumentou entre os idosos em algumas regiões do Nordeste e no Amazonas. Apesar disso, os níveis de infecção permanecem baixos em comparação com históricos anteriores. Em estados como Amazonas, Alagoas e Pernambuco, há sinais de aumento nas internações por SRAG devido à Covid-19, com o Ceará e o Piauí apresentando a Covid-19 como a principal causa de internação em idosos na última semana.
A mortalidade por SRAG nos últimos dois meses foi semelhante entre crianças pequenas e idosos, com a gripe influenza A e a Covid-19 se destacando entre os óbitos na população idosa, e o vírus influenza A predominando entre os óbitos de pessoas de 5 a 64 anos.
No ano epidemiológico de 2024, foram notificados 100.982 casos de SRAG, com 48,7% positivos para algum vírus respiratório, 38,2% negativos e 7,5% aguardando resultado. A prevalência entre os casos positivos nas últimas quatro semanas foi de 21% para influenza A, 1% para influenza B, 36,8% para VSR e 10% para Sars-CoV-2 (Covid-19).
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