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Vírus respiratório é a maior causa de internação de crianças de até 4 anos no Brasil

Campanha está em andamento em todo o Brasil, com o objetivo de retomar as altas coberturas vacinais, após queda nos últimos anos. Foto: Divulgação
Campanha está em andamento em todo o Brasil, com o objetivo de retomar as altas coberturas vacinais, após queda nos últimos anos. Foto: Divulgação

Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira (20/4), destaca que o sinal de crescimento de SRAG se mantém presente em 16 das 27 unidades federativas. Em relação às ocorrências associadas a outros vírus respiratórios, os dados referentes aos resultados laboratoriais por faixa etária apontam manutenção do predomínio dos casos positivos para Sars-CoV-2 (Covid-19) em todas as faixas da população adulta, embora indicando possível interrupção do crescimento ou início de queda em diversos estados.

Em contrapartida, o estudo destaca sinal de aumento nos casos associados aos vírus influenza A e B em diversos estados. Entre as crianças se mantém o predomínio de casos associados ao vírus sincicial respiratório (VSR) – a maior causa de internações em crianças pequenas, até 4 anos –, embora já iniciando queda nos estados da metade sul do país.

Referente à Semana Epidemiológica 14, período de 2 a 8 de abril, a análise mostra, nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 5,7% para influenza A, 5,5% para influenza B, 47,2% para vírus sincicial respiratório e 33,9% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 9,1% para influenza A, 9,1% para influenza B, 6,9% para vírus sincicial respiratório e 75,0% para Sars-CoV-2.

O crescimento das ocorrências de SRAG é mais presente em Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins. No Amapá, Maranhão, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins os indícios de aumento estão concentrados fundamentalmente nas crianças. Em Alagoas e Rio Grande do Norte o sinal ainda é compatível com oscilação em período de baixa atividade.

Na Bahia, Amapá, Mato Grosso do Sul, Paraná,  Rio Grande do Sul e Santa Catarina, embora ainda se observe crescimento no agregado populacional, já há indícios de redução da taxa de aumento  nas faixas etárias da população adulta, e início de queda entre as crianças.

“No entanto, se verificam tendências distintas entre os vírus associados aos casos em adultos. Enquanto os casos associados à Covid-19 sugerem desaceleração, para os vírus influenza A e B há indício de aumento recente em diversos desses estados”, informa o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.

Diante do cenário de aumento de casos de SRAG associados à Covid-19, bem como o crescimento nas ocorrências a associadas ao vírus influenza A, Gomes reforça a importância de adesão às campanha de vacinação contra a Covid-19 e contra a gripe.

“As vacinas contra a Covid-19 e contra a gripe são as principais ferramentas para evitar internações e mortes causadas por essas doenças. Portanto, é muito importante que a população esteja com sua vacinação em dia, seguindo as recomendações de doses para sua faixa etária e condição de saúde. Além disso, neste período de aumento é aconselhável evitar ir à creche, escola ou trabalho quando estiver com sintomas gripais. Não sendo possível a ausência, usar boas máscaras (KN95, N95 ou PFF2) no trajeto e local das atividades. Assim a gente diminui a circulação de vírus respiratórios”.

Capitais

Em relação às capitais, o InfoGripe aponta que 10 das 27  apresenta crescimento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a semana 1. São elas Aracaju (SE), Campo Grande (MS), Fortaleza (CE), Macapá (AP), Maceió (AL), Natal (RN), Palmas (TO), Salvador (BA), São Luís (MA) e Vitória (ES). O pesquisador ressalta que a exemplo  da análise estadual, a avaliação  por faixa etária nessas capitais sugere cenário heterogêneo.

“Enquanto em algumas dessas capitais o sinal é compatível com oscilação em período de baixa atividade, em outras se observa manutenção de crescimento expressivo apenas entre as crianças. No entanto, também é possível identificar capitais com aumento na população adulta, seja decorrente da Covid-19, seja pelo aumento recente nos casos associados aos vírus influenza A e B”.

Fonte: Agência Fiocruz de Notícias