Vício em pornografia: o desafio silencioso que afeta milhões

O ex-nadador olímpico Fernando Scherer, conhecido como ‘Xuxa’, de 50 anos, revelou publicamente que já enfrentou vícios em álcool e pornografia. Ele contou que superar essas dependências foi uma grande luta em sua vida.

“A depressão não faz mais parte da minha vida, mas o vício em pornografia foi um dos mais difíceis de largar”, confessou Fernando.

Ele explicou que o prazer imediato causado pela pornografia, provocado pela liberação de dopamina, às vezes era até maior que o prazer do sexo. “Quando o cérebro se acostuma ao prazer instantâneo, perde-se a conexão, o amor, a troca e o companheirismo que fazem parte da relação real”, acrescentou.

Segundo o psiquiatra Daniel Proença Feijó, da Associação Brasileira de Psiquiatria, o vício em pornografia funciona com o mesmo mecanismo biológico das dependências químicas, como álcool e drogas, mas é mais difícil de identificar e tratar. O tabu e a vergonha fazem com que muitos demorem a buscar ajuda.

Dependências Digitais e o Impacto no Cérebro

“Hoje, as dependências digitais, como a pornografia, preocupam cada vez mais, afetando crianças e adultos. O cérebro adapta-se a doses extras de dopamina, criando um ciclo vicioso de busca por prazer imediato”, explica Feijó.

O tratamento envolve reeducação cerebral, suporte familiar, psicoterapia e, em alguns casos, medicamentos que diminuem o desejo sexual, como a paroxetina. Além disso, é fundamental o controle do acesso a conteúdos pornográficos e a ocupação do tempo com outras atividades.

Tratamento e Recuperação do Vício em Pornografia

Problemas comuns associados ao vício incluem fadiga, insônia, dificuldade de concentração, desinteresse pelo sexo convencional e disfunção erétil.

Feijó destaca que reconhecer o problema e buscar tratamento são passos essenciais para a recuperação. O apoio da família e o acompanhamento médico fazem toda a diferença para superar essa dependência.