SAÚDE

Veja sintomas e cuidados em caso de alergia ao camarão

Descubra os sinais de alergia a camarão, os riscos de choque anafilático e os cuidados essenciais para evitar complicações. Saiba quando buscar ajuda médica!

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Aumento do valor do pescado nas feiras de Belém. Foto Celso Rodrigues/ Diário do Pará.
Aumento do valor do pescado nas feiras de Belém. Foto Celso Rodrigues/ Diário do Pará.

Uma coceira na pele, vermelhidão no rosto ou um inchaço discreto nos lábios podem parecer inofensivos, mas após o consumo de camarão, podem ser sinais de algo mais sério: alergia. Muito além das reações graves que costumam ser associadas ao consumo desse alimento – como falta de ar, inchaço severo e risco de choque anafilático –, os sintomas podem ser sutis e, por isso, facilmente confundidos com outras irritações. Essa variação de manifestações torna o diagnóstico mais difícil e aumenta os riscos para quem desconhece a condição.

A médica alergista e imunologista Vanessa Pereira, docente da Universidade do Estado do Pará (Uepa), explica que “a alergia alimentar é uma desregulação do sistema imunológico, que pode acontecer em qualquer fase da vida, mesmo em pessoas que já consumiram camarão várias vezes sem apresentar reações”.

Ela afirma que o alerta vale mesmo quando os primeiros sintomas são considerados leves. “A partir do primeiro sintoma, não se deve menosprezar. É fundamental procurar atendimento para fazer o diagnóstico correto e receber as orientações de prevenção”, pontua. Entre os sintomas mais comuns estão coceira ou urticária na pele, inchaço nos lábios, rosto ou pálpebras, lesões vermelhas pelo corpo, náusea, vômito, dor abdominal, espirros, congestão nasal e dificuldade respiratória.

Em casos mais graves, a especialista detalha que os riscos podem evoluir para um quadro de angioedema – um inchaço repentino e profundo que acontece nas camadas mais internas da pele e nas mucosas –, choque anafilático ou anafilaxia – uma reação alérgica grave, rápida e potencialmente fatal. Acontece quando o sistema imunológico reage de forma exagerada a uma substância que, para a maioria das pessoas, seria inofensiva, como alimentos. “O choque anafilático é uma das manifestações mais graves e pode levar a risco de vida”, alerta.

A especialista destaca que, uma vez diagnosticada a alergia, o paciente precisa ter consigo, a partir de determinação médica, uma caneta de adrenalina auto injetável. “A partir do momento em que o diagnóstico é confirmado, é preciso ser orientado a carregar a caneta de adrenalina, independentemente da gravidade das reações anteriores”.

Sobre os métodos diagnósticos, Vanessa reforça que, embora existam testes de sangue e de pele para detectar alergias alimentares, “nenhum teste é tão preciso quanto a história clínica do paciente”. Por isso, é essencial “relatar com detalhes todas as reações ao profissional de saúde”.

Outro ponto importante é que a alergia a camarão pode vir acompanhada de reações a outros frutos do mar, embora isso não aconteça com todos os pacientes. “Existe uma parcela de pessoas que têm alergia a camarão e também apresentam alergia a caranguejo ou lagosta, mas não é uma regra. Essa é uma desregulação imunológica que ainda não se sabe de onde vem”, observa.

A médica ressalta que não há cura para a alergia a camarão. “A alergia não tem cura, apenas controle. E, principalmente, não se deve em hipótese alguma recorrer à automedicação”, conclui.