Even Oliveira
Na Semana Mundial de Conscientização sobre o Sal, de 13 a 19 de maio, a importância de reduzir o consumo de sal tem como tema “É hora de dar destaque ao sal”, especialmente o “sal escondido” nos alimentos ultraprocessados. Durval Ribas Filho, nutrólogo e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), destaca os riscos associados ao consumo excessivo de sal e oferece orientações sobre como manter uma dieta mais saudável.
O sal, principal fonte de sódio na dieta, é essencial para o equilíbrio dos fluidos e eletrólitos no organismo. No entanto, o consumo excessivo é prejudicial, podendo causar hipertensão arterial sistêmica, que afeta o coração, vasos sanguíneos, rins e outros órgãos. “O sódio em excesso favorece a vasoconstrição, aumentando a pressão arterial e repercutindo negativamente em todos os sistemas do corpo”, explica.
Entre os alimentos ultraprocessados com alto teor de sal estão temperos prontos, biscoitos, enlatados, embutidos e, especialmente, o macarrão instantâneo, com uma concentração mais alta que o permitido para consumo.
Outros alimentos que não podem passar despercebidos são a manteiga ou margarina, que podem ser com ou sem sal. “Evidentemente que deveríamos escolher a opção sem, porque com sal tem uma quantidade muito grande que pode fazer parte do nosso dia a dia; afinal, nós gostamos e comemos pão, que já tem uma certa quantidade de sódio”, alerta.
As faixas etárias mais propensas a desenvolver problemas de saúde devido ao consumo excessivo de sal são, principalmente, acima de 50 anos. “Com a complacência das artérias, as artérias perdem elasticidade, o sistema vascular fica mais duro, mais difícil de ser elástico, flexível e, com isso, todo o sistema vascular faz com que haja um aumento da pressão arterial”, afirma.
“A ingestão excessiva do sal pode piorar doenças renais, gerar um acidente vascular cerebral, e pode contribuir para um aumento de câncer de estômago – porque pode ser agressivo à mucosa gástrica e, consequentemente, levar a câncer de estômago”.
Sobre os diferentes tipos de sal disponíveis no mercado, como sal rosa, sal do Himalaia, sal refinado e sal marinho, o nutrólogo esclarece que as diferenças nutricionais são mínimas. Eles variam conforme a técnica de extração, composição e condição.
“O mais saudável é aquele que tem a menor quantidade de sódio. O sal light ou sal diet, contém cerca de 50% menos sódio e 50% mais potássio, portanto é o mais indicado para quem tem hipertensão arterial sistêmica ou quem precisa evitar o sódio. Já o sal refinado comum, que é o mais utilizado, tem entre 97% e 99% de cloreto de sódio, e apesar de não ter impurezas, é pobre em nutrientes”, detalha.
“Já o sal marinho, extraído da evaporação da água do mar, tem cerca de 10% menos sódio que o comum, contém mais oligoelementos e é rico em iodo, essencial para a função da tireoide. Assim como também o sal rosa do Himalaya, que também fica em torno de 10% menos de sódio comparativamente ao refinado, e tem outros minerais, magnésio e potássio”, complementa.