Tontura constante é sinal do organismo que diz: tem coisa errada por aqui! A alteração é considerada como uma queixa inespecífica relacionada a pelo menos a três grandes sistemas do corpo humano. Problemas cerebral, cardíaco e no canal auditivo são as principais causas desses episódios que impactam diretamente na qualidade de vida do paciente. Então, saiba: em caso de episódios de tontura é preciso procurar um médico.
A tontura é um termo referente à sensação de desequilíbrio, vertigem, desmaio e até ilusões de movimento mais comum em todas as idades, porém mais frequente em idosos. De acordo com o médico neurologista, Dr. Antônio de Matos, a principal causa da tontura está relacionada à inflamação do órgão responsável pelo equilíbrio corporal, o labirinto, localizado na parte interna do ouvido. A segunda causa mais recorrente é devido à diminuição da pressão arterial, que pode resultar em desmaios.
“Além dessas duas causas mais comuns, há outra menos frequente, mas importante. É a tontura como sinal de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), que pode causar dificuldade para andar e se equilibrar, principalmente em relação ao AVC na região do cerebelo. Outra das causas de tontura pode ser sinal de infecções graves por alterar nosso sistema cardiovascular. Uma outra causa pode ser sinal de infecções graves por alterar nosso sistema cardiovascular”, alerta o médico, especialista na área neuroendovascular.
Os episódios podem causar muitos impactos na qualidade de vida e mobilidade dos pacientes. “O principal risco do paciente está associado a desmaios, o paciente não quer sair de casa, cai na rua, tem dificuldade de andar porque a questão do caminhar fica instável. O paciente tem bastante perda na qualidade de vida, assim como algumas limitações. Muitos pacientes não conseguem viajar de carro ou de avião e acabam se trancando em casa sem o tratamento correto. Realizar atividades físicas é muito importante para o controle da doença”, relata Antônio de Matos.
TRATAMENTO
O primeiro passo é diferenciar os quadros de tontura das vertigens. Isso porque a tontura é uma sensação de mal-estar, de queda sem realmente cair, podendo o paciente apresentar até embaçamento ou escurecimento da visão e sensação de desmaio. Já a vertigem é uma percepção rotatória de que as coisas estão todas rodando ou balançando, uma sensação de “mareamento” muito similar ao movimento de um barco na água. Em jovens, os quadros de tontura mais frequente estão relacionados à enxaqueca.
“Dependendo de como o paciente sente a tontura, se é rotatória ou mareamento ou está relacionada a um evento específico, como andar de carro, fazer esforço excessivo, a gente vai identificar o diagnóstico através da anamnese, uma conversa com esse paciente. Dependendo da causa, podemos realizar investigação através de exames. Em pacientes com a queda de pressão arterial pode fazer um teste de Mapa. Em pacientes de AVC pode fazer uma ressonância. Em pacientes com vestibulopatia periférica, a chamada labirintite, pode fazer o exame otoneurológico, que avalia a questão do labirinto. Nesses casos, ao fazer o exame físico também vai dar alteração em alguma parte”, afirma o médico.
Por isso, a recomendação é sempre procurar um especialista, seja neurologista, cardiologista ou otorrinolaringologista, para que o tratamento seja determinado conforme o quadro do paciente. “Nós podemos fazer o tratamento sintomático que vai ser mais efetivo se eu souber a causa, por isso a importância da consulta com um especialista. Porém, a gente pode fazer, sim, a prova terapêutica, que é passar as medicações e a reação do paciente. Mas o tratamento é mais efetivo se soubermos as causas”, finaliza o neurologista.