Dr. Responde

Tireoidite de Hashimoto: Atenção com a glândula tireóide

Mulheres com idade entre 30 e 50 anos são as mais frequentemente acometidas pela doença. Foto: Freepik
Mulheres com idade entre 30 e 50 anos são as mais frequentemente acometidas pela doença. Foto: Freepik

Cintia Magno

Principal causa de hipotireoidismo primário na população, a Tireoidite de Hashimoto é uma das doenças que podem afetar o funcionamento da glândula tireóide. Por se tratar de uma doença autoimune, a Tireoidite de Hashimoto ocorre quando o próprio organismo do paciente passa a produzir anticorpos que atacam e destroem as células da tireóide.

Membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a endocrinologista Fernanda Vaisman aponta que a doença é mais comum em mulheres, sendo que as pacientes com idade entre 30 e 50 anos são as mais frequentemente acometidas. “Se trata de uma doença autoimune em que o próprio corpo produz anticorpos contra estruturas e enzimas das células da tireóide, fazendo com que, decorrente da inflamação crônica, se formem cicatrizes fibrosas que “prejudicam” o funcionamento das células tireoidianas levando ao hipotireoidismo”.

Nesse sentido, a endocrinologista destaca que o que causa a doença é a própria produção de auto-anticorpos decorrentes de uma disfunção do sistema imunológico que passa a reconhecer a tireóide como algo “estranho” e leva a destruição da mesma. Entretanto, não se tem conhecimento ao certo dos fatores causais, do que leva ao desenvolvimento da doença. “Em princípio, sabe-se que essa disfunção é genética e pode ser desencadeada em alguns momentos da vida como no pós parto ou após infecções virais, mas ainda não sabemos ao certo o papel do ambiente nessa doença”, explica a Dra Fernanda Vaisman.

“Não há cura para a doença. O recomendado é iniciar a reposição hormonal com levotiroxina sódica, uma vez que a disfunção tireoidiana esteja efetivamente instalada”.

A endocrinologista reforça, ainda, que a presença do auto-anticorpo pode preceder em muitos anos a instalação da disfunção propriamente dita, a elevação do TSH (hormônio tireoestimulante), e o tratamento precoce não impede a progressão da doença. Segundo aponta a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), apesar disso, o diagnóstico da Tireoidite de Hashimoto pode ser realizado de forma precoce, através da dosagem do TSH. Outro exame possível e importante para se chegar ao diagnóstico é a ultrassonografia, a partir da qual é possível observar possíveis alterações causadas pelas lesões das células produzidas pelos auto-anticorpos.

PREVALÊNCIA

De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a Tireoidite de Hashimoto é de cinco a oito vezes mais frequente nas mulheres do que em homens.