
A notícia sobre a perda dos bebês de Micheli Machado e Tati Machado, que estavam na fase final da gravidez, gerou grande comoção entre os fãs e preocupações entre muitas gestantes. Ambas as mulheres, após perceberem a ausência dos movimentos de seus filhos, procuraram unidades de emergência, onde a triste confirmação da morte fetal foi feita.
De acordo com o Dr. Paulo Noronha, ginecologista e obstetra, a morte fetal intrauterina é um evento raro, mas devastador para as famílias. Ele explica que o risco desse tipo de óbito aumenta principalmente após as 42 semanas de gestação, embora a ocorrência seja rara em gestações com risco habitual (sem patologias).
Os estudos apontam que a taxa de óbito fetal varia de 1,1 a 3,2 casos a cada 1.000 gestações a termo. Alguns fatores podem aumentar esse risco, como:
- Diabetes gestacional não controlada
- Hipertensão
- Feto com restrição de crescimento
- Gestação de FIV (fertilização in vitro)
- Trombofilias
Contudo, o especialista esclarece que a idade materna por si só não é um fator de risco relevante. Além disso, a Dra. Paula Fettback, ginecologista e obstetra especialista em reprodução humana, aponta que complicações como pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, insuficiência placentária, infecções, descolamento prematuro de placenta e malformações fetais estão entre as causas mais comuns da morte do bebê na reta final da gestação.
A médica também ressalta que, em casos onde não há complicações prévias, o nó no cordão umbilical e o meconio (quando o bebê libera fezes no líquido amniótico) podem ser fatores a serem considerados. No entanto, em grande parte das vezes, as causas permanecem desconhecidas.
Para monitorar a saúde do bebê, especialmente em gestações de risco, exames como o ultrassom obstétrico com Doppler e o perfil biofísico fetal podem ser realizados para detectar sinais de sofrimento fetal e possíveis complicações. A Dra. Paula enfatiza a importância de um bom pré-natal para acompanhar a gestante e o feto adequadamente, a fim de reduzir os riscos.
Orientações e Cuidados Após a 41ª Semana de Gestação
Em relação ao momento do parto, o Dr. Paulo Noronha destaca que não há recomendação para realizar um parto prematuro com o objetivo de evitar óbito fetal. No entanto, as diretrizes médicas geralmente sugerem a indução do parto após as 41 semanas, já que o risco de óbito fetal aumenta após as 42 semanas.
O apoio emocional é crucial diante de um evento tão trágico. O médico orienta que é fundamental a empatia da equipe médica, permitindo que a mulher e o casal possam assimilar o ocorrido e oferecer um momento de despedida, caso desejem.
Com informações do Portal Terra