Dr. Responde

Síndrome do Toque Fantasma - Alerta para o uso excessivo de smartphones

A falsa impressão de que o celular está vibrando no bolso pode ser sinal de dependência da tecnologia. Foto: Freepik
A falsa impressão de que o celular está vibrando no bolso pode ser sinal de dependência da tecnologia. Foto: Freepik

Cintia Magno

A sensação de sentir o smartphone vibrando e a posterior constatação de que, na verdade, não houve nenhuma notificação recebida no aparelho, não é uma experiência tão difícil de vivenciar quando se tem uma rotina atravessada pelo uso constante e por tempo prolongado desses dispositivos. Tal sensação pode se tornar um problema, porém, quando se considera a frequência com que essa sensação ocorre e, sobretudo, o que está levando ao seu aparecimento. Para descrever essa impressão de sentir o aparelho de celular vibrar ou tocar sem nem ter recebido notificações ou ligações se fala em Síndrome do Toque Fantasma.

A psicóloga e professora do curso de Psicologia do Cesupa, Mariana Mendonça, explica que a Síndrome do Toque Fantasma é, na verdade, uma condição em que mesmo que o seu telefone ou dispositivo eletrônico não esteja tocando, vibrando, emitindo sinais de alerta de diferentes naturezas de notificação, você escuta ou sente esses mesmos estímulos. “Isso acontece porque há uma alta exposição desse indivíduo ao uso desses dispositivos. Então, mesmo quando esses tons de sinais de notificação ou chamada não estão acontecendo, a recorrência dessa estimulação para o cérebro dessa pessoa já é tão frequente e tão alta, que ela passa a entender que esses sinais estão acontecendo mesmo quando isso não se dá”.

Mariana considera que essa condição, por si, geralmente se configura como algo que possa acarretar problemas mais graves para a saúde, de uma maneira específica, porém, ela pode ser um dos primeiros sinais de que a pessoa pode estar fazendo um uso abusivo desses dispositivos. “Não se trata, na verdade, de essa condição específica provocar algum prejuízo mais significativo à nossa saúde, mas de nós a percebermos como um sinal de alerta de que, muito provavelmente, a gente está com um consumo excessivo e não tão saudável desses dispositivos”.