As doenças cardiovasculares seguem como a maior causa de mortalidade no Brasil e no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2022, cerca de 19,8 milhões de pessoas morreram em decorrência desses problemas, o que representa 32% de todas as mortes globais. Desse total, 85% foram causados por infarto e acidente vascular cerebral (AVC), com maior impacto em países de baixa e média renda.
No Brasil, dados do Ministério da Saúde apontam que essas doenças, principalmente o infarto agudo do miocárdio, provocam mais de 350 mil óbitos por ano, o que equivale a uma morte a cada cinco a sete casos registrados. Apenas os AVCs somaram 85.065 mortes em 2024, 84.931 em 2023 e 87.749 em 2022. Além do impacto humano, os gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) com procedimentos cardiovasculares ultrapassam R$ 1 bilhão anualmente.
Importância do diagnóstico rápido
A acreditação hospitalar tem papel fundamental na melhoria da qualidade do atendimento em situações críticas, como a identificação precoce do infarto.
“Ela exige a adoção de protocolos clínicos baseados em evidências, como o protocolo de dor torácica, que ajuda a reconhecer rapidamente sinais e sintomas. Em hospitais acreditados, por exemplo, o eletrocardiograma deve ser realizado em até 10 minutos após a chegada do paciente com dor no peito. Essas medidas salvam vidas”, explica Gilvane Lolato, gerente geral de Operações da Organização Nacional de Acreditação (ONA).
Segundo ele, instituições acreditadas mantêm uma cultura de segurança com checklists, fluxos clínicos padronizados e comunicação eficiente entre equipes. “É essencial capacitar com frequência os profissionais para que possam agir com rapidez e segurança diante de sintomas de infarto ou AVC”, acrescenta.
Cenário da acreditação no Brasil
Atualmente, o Brasil possui mais de 380 mil organizações de saúde registradas no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Desse total, 2.329 são acreditadas, sendo que a ONA é responsável por 74% das certificações — mais de 1.700 instituições, incluindo 430 hospitais.
A distribuição mostra concentração no Sudeste (61%), seguido por Sul (12,7%), Nordeste (12,1%), Centro-Oeste (11,4%) e Norte (2,8%). Em relação ao perfil de gestão, 68,7% são instituições privadas, 22,2% públicas, 8,3% filantrópicas e 0,1% militares. Até maio de 2025, já foram homologados mais de 5 mil certificados ONA.