O Ministério da Saúde está em negociação com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) para a aquisição emergencial de 25 mil doses da vacina contra a Mpox. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (15/8), durante a instalação do Centro de Operações de Emergência em Saúde para coordenar ações de resposta à doença. A medida vem diante da decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) de declarar emergência internacional para a Mpox.
“A vacina Jynneos é de um produtor nórdico e é uma produção pequena. Há insuficiência no mercado internacional”, disse a secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel. Ela explicou que a OMS negocia com o produtor o aumento da oferta de doses. E acrescentou “Neste momento, estamos negociando com a Opas um processo de compra. Para que, além daquelas pessoas que já vacinamos, ter uma reserva no Brasil”.
Leia também
• Saúde instala Centro de Operações de Emergência para ações de resposta à Mpox
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que o Brasil apresenta sinal de estabilidade e controle da Mpox e que não há motivos para “alarme”. Segundo ela, é necessário manter um estado de “alerta” em relação ao vírus.
“Este é, sim, um motivo de alerta, monitoramento e preocupação. Para isso, contamos com nossos sistemas de vigilância e os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens), que são essenciais nessa resposta. Contudo, é importante reforçar que não há motivo para alarme, como já mencionado em comunicados anteriores. Devemos permanecer vigilantes e seguir as recomendações disponíveis para lidar com essa emergência de importância internacional, considerando a presença do vírus no Brasil”, disse Nísia Trindade.
Ela destacou que não há no Brasil nenhum caso da variante 1B do vírus Mpox que causou surtos com maior capacidade de transmissão e maior gravidade. “Temos casos no Brasil com a cepa 2, não com essa nova cepa”.
Desde a Emergência de Saúde Pública de Âmbito Internacional (ESPII) anterior para Mpox, as ações de vigilância para a doença se mantiveram como prioridade no Ministério, da Saúde que já vinha acompanhando com atenção a situação dessa doença no mundo e monitorando as informações compartilhadas pela própria OMS e por outras instituições.
Casos notificados
Em 2024, foram notificados 709 casos confirmados ou prováveis, número significativamente menor em comparação aos mais de 10 mil casos notificados em 2022, durante o pico da doença no Brasil. Desde 2022, foram registrados 16 óbitos, sendo a morte mais recente em abril de 2023. “Não tivemos nem um óbito em 2024”, reforçou a secretária Ethel Maciel.
O perfil das pessoas infectadas é principalmente de pessoas do sexo masculino, pessoas com HIV e imunocomprometidos.
Em 2023, a vacinação contra a Mpox foi iniciada em um momento de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, com o uso da vacina sendo liberada pela Anvisa de forma provisória, priorizando a proteção das pessoas com maior risco de evolução para as formas graves da doença. Desde o início da vacinação, mais de 29 mil doses foram aplicadas.
Vacinação
A ministra da Saúde esclareceu que não haverá vacinação em larga escala contra a Mpox. “No Brasil, nós vacinamos com uma licença ainda especial da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] em casos muito excepcionais, para grupos muito vulneráveis, pessoas que tinham tido contato com outras pessoas doentes. Então, a vacinação nunca será uma estratégia em massa para a Mpox”, ressaltou Nísia.
Ela acrescentou que os especialistas seguem estudando a eficácia da vacina no enfrentamento da nova cepa, e a dificuldade de aquisição de imunizantes ante a escassez de fabricação em massa de doses.
Entenda o que é a Mpox
A Mpox é uma doença causada pelo mpox vírus (MPXV) e a transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com:
- Pessoa infectada pelo mpox vírus;
- Materiais contaminados com o vírus;
- Animais silvestres (roedores) infectados.
Fonte: MInistério da Saúde