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Saúde lança campanha de amamentação para tirar Brasil de nível abaixo da média global

 Foto: Mauro Ângelo/Diário do Pará
Foto: Mauro Ângelo/Diário do Pará

O Ministério da Saúde quer aumentar os índices de amamentação de crianças para uma taxa que varie de 60% a 80% até 2030. Atualmente, o Brasil está abaixo da média mundial do aleitamento de crianças em idade entre seis meses e dois anos de vida.
Hoje, 52% das crianças de um ano recebem o leite materno, enquanto a média mundial é 70%. Para essa faixa-etária, o objetivo da pasta é chegar em 80% em 2030.
As metas foram divulgadas pela pasta durante lançamento da campanha da Semana Mundial da Amamentação 2024, nesta quinta-feira (1º).
No evento, a ministra Nísia Trindade e a equipe da pasta disseram que a campanha busca instruir mães que têm dificuldade ou desconhecimento sobre a amamentação, uma das razões apontadas como responsável pelos índices mais baixos.
A principal ação da campanha é o oferecimento de uma cartilha de orientações para o aleitamento materno. Nela, são informados fatores normais e anormais no processo de amamentação, como dor e machucados.
A campanha deste ano também foca nas desigualdades no apoio à amamentação, como mulheres em vulnerabilidade social e aquelas em contextos de calamidade pública.
Os dados usados pelo ministério são fruto do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição de 2019, o mais recente. Para crianças de seis meses, a pesquisa mostra que a média brasileira melhora, mas ainda segue abaixo do resto do mundo. Enquanto o país tem 45,8% das crianças contempladas, a média mundial é de 48%.
Por outro lado, o índice de amamentação brasileira é bom para a primeira hora de vida, estando 15,4% acima da média mundial. Nesses dois casos, o objetivo é chegar em 70%.
A meta de alcance é menor para crianças de dois anos, com um objetivo de 60% do público. Hoje, os índices são menores comparado a outras idades, tanto no Brasil quanto no mundo, com 35,5% e 45%, respectivamente.
No evento de lançamento, a ministra relatou experiências pessoais na amamentação de seus filhos e disse que sentiu falta de ter ao seu lado profissionais que a orientassem e dessem apoio para as dificuldades que enfrentou.
“Tenho dois filhos, um de 43 e outro com 40 anos. O primeiro eu não consegui amamentar”, disse.
“Fiz várias coisas erradas que depois eu vi. Foi uma dificuldade amamentar o primeiro, mas o segundo amamentei por um ano. Mas a família avançou, meu neto teve aleitamento exclusivo com leite materno e foi amamentado por dois anos, então é uma evolução que eu espero que seja o exemplo de como devemos evoluir como sociedade.”
Durante o lançamento, a equipe destacou a mobilização de doação de leite organizada durante a tragédia do Rio Grande do Sul.
O coordenador da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, João Aprígio Guerra de Almeida, afirmou que foram coletados nos bancos de leite 720 litros que foram enviados ao RS durante as chuvas.
Ainda no anúncio, foi divulgado que, em setembro deste ano, haverá o primeiro fórum de cooperação técnica internacional de certificação de bancos de leite humano, em Brasília.

 

*MARIANA BRASIL – BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)