A Anvisa aprovou no início de março deste ano o registro de uma nova vacina para a prevenção da dengue: a Qdenga, da empresa Takeda Pharma Ltda., que é composta por quatro diferentes sorotipos do vírus causador da doença, conferindo assim uma ampla proteção contra a dengue.
O produto está destinado à população pediátrica acima de quatro anos, adolescentes e adultos até 60 anos de idade. O imunizante já está disponível nas clínicas particulares para administração via subcutânea em esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações.
A vacina Qdenga também foi avaliada pela agência sanitária europeia (European Medicines Agency – EMA), tendo recebido uma recomendação positiva no âmbito do programa “EU Medicines for all”, um mecanismo que permite a avaliação de medicamentos destinados à utilização em países de baixa e média renda fora da União Europeia (UE). Sua comercialização foi aprovada na UE em 20 de dezembro do ano passado.
A vacina Qdenga é a primeira aprovada no Brasil para um público mais amplo, de quatro a 60 anos de idade. O imunizante aprovado anteriormente (Dengvaxia) só pode ser utilizada por quem já teve dengue.
De acordo com levantamento feito pelo DIÁRIO nesta quarta-feira, 5, em quatro estabelecimentos comerciais da capital paraense, o valor da dose varia entre R$ 495 e R$ 560. E após três meses, uma nova dose deve ser aplicada, com novo valor a ser pago, segundo as clínicas procuradas pelo site do DIÁRIO.
Veja abaixo:
- Vaccini: R$ 495 uma dose
- Climep: R$ 560
- Prevenir Belém: R$ 550
- Clínica Humanize Vacinação e Saúde: R$ 550
TIRE SUAS DÚVIDAS SOBRE A VACINA CONTRA A DENGUE
QUEM PODE TOMAR
A QDenga é indicada para a prevenção da dengue causada por qualquer
sorotipo do vírus em indivíduos dos 4 aos 60 anos de idade, tanto
soronegativos como soropositivos para dengue.
ESQUEMA VACINAL
Deve ser administrada por via subcutânea, na dosagem de 0,5 ml, em um
regime de duas doses (0 e 3 meses).
Não deve ser administrada por injeção intravascular, intradérmica ou
intramuscular.
Não há necessidade de comprovação sorológica como condição para a
vacinação.
Contraindicações
● Hipersensibilidade a qualquer componente da formulação ou após dose anterior de QDENGA;
● Imunodeficiências primárias ou adquirida, incluindo terapias imunossupressoras;
● Pessoas que vivem com o vírus HIV, sintomáticas ou assintomáticas, quando acompanhada por evidência de função imunológica comprometida;
● Gestantes;
● Mulheres amamentando lactentes de qualquer idade.
Precauções
● A vacinação deve ser adiada na presença de doença febril aguda moderada a grave. A presença de uma infecção leve não impõe adiamento da vacinação;
● Não há dados sobre o uso em pessoas acima de 60 anos de idade;
● Dados em menores de 4 anos demonstraram pouca eficácia, razão pela qual a vacina não está recomendada para essa faixa etária;
Após infecção por dengue, qual intervalo deve ser respeitado para a
administração da vacina?
Não existem dados de estudos sobre a administração da vacina após
infecção por dengue. Entretanto, participantes do ensaio clínico que
contraíram dengue entre a primeira e a segunda doses não sofreram
qualquer impacto com a manutenção do esquema vacinal, e a infecção entre
as doses não foi contraindicação para manutenção do esquema.
Qual o nível de proteção oferecido após a administração da primeira
dose e por quanto tempo duraria?
Foi demonstrada eficácia de 81% após 30 dias da primeira dose da vacina, o
que poderia justificar seu uso para indivíduos que vivem em áreas não
endêmicas que vão visitar países endêmicos e não têm tempo para receber
a segunda dose antes da viagem.
Mas a proteção de médio e longo prazo apenas foi demonstrada com o
esquema preconizado de duas doses (intervalo de 3 meses), uma vez que
95% da população do estudo completou esse esquema.
Fonte: Sociedade Brasileira de Imunizações
Pará registrou 2.620 casos de dengue de janeiro a maio deste ano
A dengue é uma doença viral transmitida por mosquitos que representa uma ameaça significativa à saúde pública para metade da população mundial, com risco de infecção em mais de 125 países, incluindo muitos na América Latina.
Em 2022, o Brasil registrou mais de 1,4 milhão de casos de dengue e mais de 1.000 mortes, de acordo com o Ministério da Saúde, número que representa um aumento de 162,5% nos casos em comparação com 2021.
Dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) enviados ao DIÁRIO apontam que de janeiro a maior deste ano houve 2.620 casos de dengue no Estado. No ano passado, neste mesmo período, foram registradas 3.613 ocorrências. Houve ainda, neste ano, 69 casos de chikungunya e outros sete de zika vírus.