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Refrigerante diet pode aumentar risco de diabetes tipo 2

Risco é ainda maior do que o associado a beber diariamente uma lata de refrigerante comum, diz estudo australiano.

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Imagem: Freepik
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O refrigerante diet entrou nas prateleiras e nas mesas de muitas pessoas como uma opção considerada mais “saudável” do que a versão açucarada. Porém, um novo estudo encabeçado pela Universidade Monash, da Austrália, mostra que beber uma lata de refrigerante adoçado artificialmente por dia pode aumentar o risco de desenvolver diabetes tipo 2 em 38%.

Além disso, esse risco é ainda maior do que o associado a beber diariamente uma lata de refrigerante comum, o qual eleva em 23% as chances de desenvolver a doença. Os achados foram publicados na revista científica Diabetes & Metabolism.

De acordo com a professora e pesquisadora Barbora de Courten, autor sênior do estudo, as descobertas feitas pela equipe desafiam a suposição comum de que bebidas adoçadas artificialmente são uma escolha mais segura para o dia a dia.

“Os adoçantes artificiais são frequentemente recomendados para pessoas com risco de diabetes como uma alternativa mais saudável, mas nossos resultados sugerem que eles podem representar seus próprios riscos à saúde”, aponta, em comunicado.

Adoçantes Artificiais e Metabolismo da Glicose

Uma das teorias apresentadas pelos pesquisadores para explicar a associação entre refrigerantes diet e o aumento do risco de diabetes é a relação de adoçantes artificiais utilizados nesse tipo de bebida, como o aspartame, e o metabolismo da glicose pelo corpo.

“Por exemplo, a ingestão elevada de aspartame, um adoçante artificial comumente usado, resultou em uma resposta de insulina pós-prandial semelhante à da sacarose. Foi relatado que a ingestão habitual elevada de sacarina e sucralose perturba o microbioma intestinal, prejudicando a tolerância à glicose em indivíduos saudáveis ao longo de apenas duas semanas”, escreveram os autores.

Estudo acompanhou mais de 36 mil pessoas

O estudo utilizou dados do Estudo de Coorte Colaborativa de Melbourne, também conhecido como Saúde 2020, envolvendo participantes com idades entre 40 e 69 anos, ajustados para dieta, exercícios, educação e histórico de saúde. Foram acompanhados no trabalho mais de 36 mil adultos australianos ao longo de quase 14 anos.

Para a professora de saúde comunitária Lauren Ball, da Universidade de Queensland e a nutricionista Emily Burch, da Southern Cross University, ambas da Austrália, apesar do “diet” estampado nos rótulos, referente à dieta, essas bebidas não estão fortemente associadas ao controle de peso.

Dessa forma, a OMS aconselha que os adoçantes artificiais não sejam utilizados com o objetivo de controlar o peso. No outro extremo, há opções de bebidas que podem ser mais benéficas.

“Água pura, água com infusão, água com gás, chás de ervas ou leites continuam sendo as melhores opções para hidratação”, aconselham as especialistas.