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Quer parar de fumar? SUS oferece tratamentos gratuitos; confira

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 Um novo estudo conduzido por pesquisadores da Argentina mostrou que um medicamento de baixo custo de produção pode mais que dobrar as chances de fumantes largarem o cigarro Foto: Divulgação
Um novo estudo conduzido por pesquisadores da Argentina mostrou que um medicamento de baixo custo de produção pode mais que dobrar as chances de fumantes largarem o cigarro Foto: Divulgação

O Ministério da Saúde oficializou, por meio de portaria, nesta terça-feira (13), as diretrizes do Programa Nacional de Controle do Tabagismo no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Vinculado ao Instituto Nacional de Câncer (Inca), o programa busca reduzir o número de usuários de tabaco e de dependentes de nicotina, e, com isso, diminuir a mortalidade relacionada ao consumo dessas substâncias. O documento fortalece e reforça o papel do Inca no gerenciamento das ações de controle do tabaco no país.

Segundo a coordenadora do Programa Nacional de Controle do Tabagismo, Andrea Reis, embora exista há mais de três décadas, o programa ainda não havia sido regulamentado com diretrizes claras. “Este é um enorme avanço. Será possível fortalecer ações, dar maior respaldo e formalização às atividades desenvolvidas”, explica.

Quando o programa foi criado, em 1989, 34,8% da população acima de 18 anos se declarava fumante, de acordo com a Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição. As ações do Ministério da Saúde resultaram na queda desses índices, que passaram para 22,4% em 2003 e 18,5% em 2008, chegando a 12,6% em 2019. Apesar da redução, o Brasil ainda registra aproximadamente 160 mil mortes anuais atribuíveis ao uso de tabaco.

O tabagismo está relacionado a doenças como diabetes, hipertensão, AVC, infarto, doenças respiratórias, câncer, tuberculose, impotência e infertilidade. Considerada uma droga bastante danosa, a nicotina atua no sistema nervoso central como a cocaína, heroína, álcool, com uma diferença: leva entre 7 a 19 segundos para chegar ao cérebro. É normal, portanto, que, ao parar de fumar, os primeiros dias sem cigarros sejam os mais difíceis, porém as dificuldades tendem a ser menores com o tempo.

Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), são oferecidos tratamentos integrais e gratuitos às pessoas que desejam parar de fumar por meio de medicamentos como adesivos, pastilhas, gomas de mascar (terapia de reposição de nicotina) e bupropiona, além do acompanhamento médico necessário para cada caso.

Benefícios ao parar de fumar

Parar de fumar vale a pena em qualquer momento da vida, mesmo que o fumante já esteja com alguma doença causada pelo cigarro. A qualidade de vida melhora muito ao parar de fumar. Veja o que acontece parando de fumar agora:

  • Após 20 minutos, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal;
  • Após 2 horas, não há mais nicotina circulando no sangue;
  • Após 8 horas, o nível de oxigênio no sangue se normaliza;
  • Após 12 a 24 horas, os pulmões já funcionam melhor;
  • Após 2 dias, o olfato já percebe melhor os cheiros e o paladar já degusta melhor a comida;
  • Após 3 semanas, a respiração se torna mais fácil e a circulação melhora;
  • Após 1 ano, o risco de morte por infarto do miocárdio é reduzido à metade;
  • Após 10 anos, o risco de sofrer infarto será igual ao das pessoas que nunca fumaram.