ENTENDA

Poluição do ar causa doenças e até câncer de pulmão mesmo em não fumantes

Descubra como a poluição do ar causa doenças e câncer de pulmão em não fumantes. Entenda.

  FOTOS: CELSO RODRIGUES
FOTOS: CELSO RODRIGUES

A poluição do ar se tornou um dos maiores desafios de saúde pública do século XXI, afetando milhões de pessoas ao redor do mundo. A emissão de gases do efeito estufa não apenas contribui para o aquecimento global, mas também resulta na liberação de partículas finas que comprometem a qualidade do ar que respiramos. Essas partículas, muitas vezes invisíveis a olho nu, têm um impacto profundo na saúde humana, causando uma série de doenças respiratórias e, em casos mais graves, até câncer de pulmão. Este fenômeno é particularmente alarmante, pois afeta não apenas os fumantes, mas também aqueles que nunca fumaram, revelando a gravidade da situação.

A relevância do tema é inegável, especialmente considerando os dados alarmantes apresentados pelo Ministério da Saúde. Entre 2019 e 2021, mais de 300 mil pessoas perderam suas vidas devido a doenças respiratórias relacionadas à poluição do ar. Além disso, a fumaça resultante de queimadas, que se espalha por grandes distâncias, tem causado um aumento significativo no número de atendimentos médicos por sintomas como falta de ar, tosse persistente e crises de asma. Em 2024, durante o auge das queimadas na Amazônia, o céu no Sudeste do Brasil ficou cinza, evidenciando a extensão do problema. Este cenário nos leva a refletir sobre a urgência de ações efetivas para mitigar a poluição do ar e proteger a saúde da população.

Impactos da poluição do ar na saúde humana

A poluição do ar é uma questão complexa que envolve diversos fatores e consequências para a saúde humana. Entre as doenças mais comuns associadas à poluição estão as síndromes respiratórias, que incluem condições como asma, bronquite e rinite. Essas doenças são exacerbadas pela presença de partículas finas no ar, que penetram profundamente nos pulmões e podem causar inflamações e outras complicações. Além disso, a exposição a longo prazo à poluição do ar está ligada a problemas cardiovasculares, doenças pulmonares crônicas e até mesmo a morte precoce.

Um estudo recente realizado pela Universidade da Califórnia, em parceria com o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, trouxe à tona uma nova dimensão do problema. Os pesquisadores descobriram que a inalação de ar poluído está associada a mutações no DNA que podem levar ao câncer de pulmão. O estudo revelou que quanto maior a exposição à poluição, mais alterações genéticas foram detectadas. Em alguns casos, as mutações encontradas em indivíduos expostos ao ar poluído superaram aquelas observadas em fumantes passivos, ou seja, pessoas que não fumam, mas convivem com fumantes. Essa descoberta é alarmante e destaca a necessidade de uma abordagem mais rigorosa para a redução da poluição do ar.

Dados alarmantes e consequências diretas

Os dados sobre a poluição do ar são preocupantes e revelam a magnitude do problema. Em 2024, durante as queimadas na Amazônia, 3,7 milhões de pessoas buscaram atendimento médico devido a sintomas relacionados à inalação de fumaça. Esses números não apenas refletem a gravidade da situação, mas também indicam a necessidade urgente de medidas preventivas e de conscientização sobre os riscos associados à poluição do ar. A fumaça das queimadas não respeita fronteiras e pode viajar milhares de quilômetros, afetando a qualidade do ar em regiões distantes.

Além disso, a poluição do ar não afeta apenas a saúde física, mas também tem implicações significativas para a saúde mental. Estudos têm mostrado que a exposição a altos níveis de poluição está associada a um aumento nos casos de ansiedade e depressão. Isso ocorre porque a poluição do ar pode afetar a função cerebral e a saúde mental, criando um ciclo vicioso que prejudica a qualidade de vida das pessoas.

Medidas urgentes para combater a poluição do ar

Diante desse cenário alarmante, especialistas e autoridades de saúde pública enfatizam a necessidade de ações imediatas para reduzir a poluição do ar. Uma das principais recomendações é a diminuição da queima de combustíveis fósseis, que é uma das maiores fontes de emissão de poluentes. Isso pode ser alcançado por meio da promoção de fontes de energia renovável, como solar e eólica, que não apenas reduzem a poluição, mas também contribuem para a mitigação das mudanças climáticas.

Outra medida crucial é o combate ao desmatamento, que não apenas contribui para a poluição do ar, mas também afeta a biodiversidade e o equilíbrio dos ecossistemas. A preservação das florestas é fundamental para a manutenção da qualidade do ar, uma vez que as árvores atuam como filtros naturais, absorvendo dióxido de carbono e liberando oxigênio. Portanto, políticas de proteção ambiental e reflorestamento devem ser priorizadas.

O papel da conscientização e da educação

A conscientização da população sobre os riscos da poluição do ar é uma parte essencial da solução. Campanhas educativas podem ajudar a informar as pessoas sobre as consequências da poluição e incentivá-las a adotar práticas mais sustentáveis em suas vidas diárias. Isso inclui o uso de transporte público, a redução do uso de veículos particulares e a promoção de hábitos de consumo responsáveis.

Além disso, a colaboração entre governos, organizações não governamentais e a sociedade civil é fundamental para implementar políticas eficazes de controle da poluição do ar. A participação ativa da comunidade em iniciativas de proteção ambiental pode resultar em mudanças significativas e duradouras na qualidade do ar.

Os dados alarmantes sobre doenças respiratórias e câncer de pulmão associados à poluição destacam a urgência de ações efetivas para mitigar esse problema. A redução da queima de combustíveis fósseis, o combate ao desmatamento e a conscientização da população são passos cruciais para proteger a saúde pública e garantir um futuro mais saudável para todos. Portanto, é fundamental que cada um de nós faça a sua parte na luta contra a poluição do ar, promovendo um ambiente mais limpo e seguro para as gerações futuras.

Fontes:

Débora Costa

Coordenadora do site Diário do Pará

Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela UNAMA (Universidade da Amazônia). Especialista em Comunicação Corporativa e Marketing Empresarial com ênfase em mídias e redes sociais. Coordena o site Diário do Pará, parte do Grupo RBA, desde 2010. Ao longo da carreira, atuou na cobertura de diversas editorias, além de ter experiência no veículo de TV e na Coordenação do Núcleo de Mídias Digitais. 📍 Nascida em Belém-PA 📌 Redes Sociais: 📷 Instagram: @debboracosta 🐦 X: @debboracosta 💼 LinkedIn

Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela UNAMA (Universidade da Amazônia). Especialista em Comunicação Corporativa e Marketing Empresarial com ênfase em mídias e redes sociais. Coordena o site Diário do Pará, parte do Grupo RBA, desde 2010. Ao longo da carreira, atuou na cobertura de diversas editorias, além de ter experiência no veículo de TV e na Coordenação do Núcleo de Mídias Digitais. 📍 Nascida em Belém-PA 📌 Redes Sociais: 📷 Instagram: @debboracosta 🐦 X: @debboracosta 💼 LinkedIn