Pesquisadores descobriram que uma variante no gene CCDC201 é a responsável pela menopausa precoce, que faz com que algumas mulheres cheguem ao fim da vida reprodutiva nove anos antes da idade média esperada. A descoberta foi publicada na revista científica Nature Genetics nesta semana.
Ao nascer, as pessoas de sexo feminino têm um número de folículos – células que vão desenvolver os óvulos – preestabelecido. Com isso, ao fim da puberdade, elas passam a liberar esses gametas aos poucos durante os períodos férteis até a última menstruação, que é a chamada menopausa.
As implicações da menopausa na saúde de pessoas do sexo feminino são de grande proporção. Para se ter uma ideia, existem mais de 30 sintomas reconhecidos pela ciência associados a essa grande mudança desencadeada pelos hormônios no corpo da mulher.
A equipe de cientistas da deCODE Genetics e colaboradores da Islândia, Dinamarca, Reino Unido e Noruega utilizaram dados de mais de 174 mil mulheres dos quatro países. Dessa forma, eles descobriram que o gene CCDC201, codificador de proteínas (identificado com essa função apenas em 2022 e altamente expresso em óvulos), pode alterar a vida reprodutiva feminina.
As portadoras de duas cópias dessa variante, chamadas de homozigotas, experimentam a menopausa em média nove anos antes do que as não portadoras. Além disso, segundo o estudo, o genótipo homozigoto é encontrado em aproximadamente uma em cada 10 mil mulheres de ascendência do norte da Europa, levando à insuficiência ovariana primária, quando os ovários param de funcionar antes dos 40 anos, em quase metade das portadoras.
Como consequência, aquelas que apresentam essa variação genética têm menos filhos ou engravidam muito raramente após os 30 anos de idade.
O estudo se diferenciou das pesquisas anteriores ao se concentrar apenas em modelos recessivos, ou em indivíduos com duas cópias de uma variante de sequência, menos estudados do que o modelo aditivo.
“A identificação da homozigose em mulheres apresenta uma oportunidade de tomar medidas em linha com uma vida reprodutiva encurtada. Isso envolveria encaminhar homozigotos a um especialista em fertilidade para planejar sua vida reprodutiva e tratar sintomas de EM (menopausa precoce), como é feito para outras causas genéticas de POI (insuficiência ovariana primária)”, concluem os autores.
Ondas de calor, mau humor e dificuldade para dormir são os sintomas mais comuns da menopausa, mas existem mais de 30 sinais que podem indicar que os níveis de estrogênio estão caindo no corpo da mulher.
Entre esses sinais, estão barriga estufada, odor corporal, fratura óssea, dor nos seios, unhas quebradiças, queimação na boca, redução da libido, problemas dentais e gengivais.
(AG)