Dr. Responde

Parkinson afeta mais de 200 mil no Brasil

OFERECIMENTO

Hospital HSM Acessar site
As pessoas com doença de Parkinson poderão ter prioridade de atendimento, assim como ocorre hoje com as pessoas com deficiência. FOTO: DIVULGAÇÃO
As pessoas com doença de Parkinson poderão ter prioridade de atendimento, assim como ocorre hoje com as pessoas com deficiência. FOTO: DIVULGAÇÃO

Diego Monteiro

Hoje, 11 de abril, é comemorado o Dia Mundial da Conscientização da Doença de Parkinson, data criada com o objetivo de alertar a população sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e o tratamento dessa condição neurológica que afeta, só no Brasil, mais de 200 mil pessoas, de acordo com levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo especialistas, a doença é caracterizada pela degeneração dos neurônios produtores de dopamina, o que leva a sintomas como tremores, rigidez muscular, lentidão de movimentos e alterações na fala. No estágio mais avançado do Parkinson, alguns movimentos relevantes também podem ficar comprometidos, como a fala, a locomoção e dificuldades na deglutição.

Antonio de Matos, médico neurologista, explica que um dos principais fatores de risco é a idade, já que a enfermidade é mais comum em pessoas acima de 60 anos, e a incidência aumenta com o avanço da idade. Além disso, fatores genéticos também podem influenciar o risco de desenvolvimento da doença, embora a maioria dos casos não seja hereditária.

Matos detalha cada etapa do Parkinson, que começa de forma branda, mas pode levar a condições críticas. “Em um primeiro momento, os sintomas não atrapalham gravemente o dia a dia do paciente. Começa em um lado do corpo, para depois atingir o outro, e é neste momento que começa a interferir no cotidiano da pessoa. Em seguida, o acometido começa a perder os reflexos posturais”, disse.

“O último dos estágios da doença é o mais debilitante, pois a rigidez muscular toma proporções altas e o paciente passa a ter dificuldades para andar, ou até mesmo permanecer de pé, fora outras limitações. Nesse estágio, costuma apresentar demência, ficar acamado e se locomove somente com o auxílio de cadeira de rodas”, completa o neurologista.

A idade é um dos principais fatores de risco da doença FOTO: DIVULGAÇÃO
SAÚDE

PREVENÇÃO

Algumas atitudes podem prevenir o aparecimento do Parkinson, entre elas: evitar exposição a certas substâncias tóxicas, como pesticidas e herbicidas, além do uso de cigarros e o consumo excessivo de álcool. A prática de exercícios físicos é fundamental, já que o sedentarismo contribui para o mal funcionamento das células e dos tecidos.

No entanto, o médico chama atenção para as consultas de rotina, pois o diagnóstico precoce é essencial para que o paciente responda melhor e por mais tempo ao tratamento. “Desta forma o tratamento será mais eficaz para retardar o avanço da doença. Por isso, desde o aparecimento dos primeiros sintomas, faz toda a diferença contar com ajuda de um neurologista de confiança”, garante o especialista.

O diagnóstico é baseado na avaliação clínica do paciente, levando em consideração os sintomas apresentados e o histórico familiar. Não há um exame específico que possa confirmar a doença, mas em alguns casos pode ser realizada uma tomografia computadorizada ou ressonância magnética para excluir outras condições que apresentem sintomas semelhantes.

Já o tratamento é feito por meio de medicamentos que visam repor a dopamina no cérebro e aliviar os sintomas. Além disso, é possível usar procedimentos complementares, como a fisioterapia, a fonoaudiologia e a terapia ocupacional, que auxiliam na melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Em casos mais avançados, a cirurgia pode ser uma opção para controlar os sintomas.

“Portanto, é importante que as pessoas estejam conscientes sobre esse assunto e saibam como prevenir e tratar a doença. É fundamental buscar orientação médica caso apresentem sintomas e seguir as recomendações dos profissionais de saúde para controlar a progressão da doença. Juntos, podemos contribuir para uma vida mais saudável e com mais qualidade”, conclui o neurologista.

Evento em shopping vai tirar dúvidas sobre a doença

Nesta terça (11), a partir do meio-dia e até às 21h, no lounge do terceiro piso do Shopping Boulevard, ocorre a programação Caminhar com Parkinson, em alusão ao dia mundial de conscientização sobre a condição, celebrado hoje, que afeta cerca de 150 mil brasileiros por ano.

A fisioterapeuta Erika Grunvald está na coordenação desta, que é a primeira edição do evento, e explica que a iniciativa visa mobilizar a sociedade em torno da causa. Serão realizadas palestras sobre o tema, e os participantes podem tirar as dúvidas sobre a condição. Toda a programação é gratuita.

“É preciso orientar e conscientizar a população de que a doença de Parkinson, apesar de ser uma condição crônica, que não tem cura, possui tratamento e controle. Não é preciso nem ter medo e nem preconceito em relação a ela”, reforça Erika.