CÂNCER

Os 5 problemas de saúde causados pelo cigarro (que não são câncer de pulmão)

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 22,3% da população global (1,3 bilhão de pessoas) é usuária de tabaco

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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 22,3% da população global (1,3 bilhão de pessoas) é usuária de tabaco

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 22,3% da população global (1,3 bilhão de pessoas) é usuária de tabaco. O cigarro é considerado uma das maiores ameaças de saúde pública para o órgão, matando mais de 8 milhões de indivíduos a cada ano. Segundo a OMS, cerca de metade dos usuários que não abandonam o fumo morrem devido ao tabagismo.

Uma das doenças mais conhecidas que podem ser causadas pelo hábito é o câncer de pulmão, um dos tipos mais agressivos de tumor. Aqueles que fumam têm de 15 a 30 vezes mais probabilidade de desenvolver o diagnóstico, e 80% a 90% das mortes pelo câncer de pulmão são ligadas ao cigarro, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC).

No entanto, há uma série de outras doenças que também podem ser desenvolvidas devido ao tabagismo, que comprometem significativamente a qualidade de vida do indivíduo e podem levar o usuário ao óbito. Isso porque o tabaco é uma mistura de mais de 7 mil substâncias químicas que agem em diferentes sistemas do corpo humano.

Abaixo, confira 5 outras doenças causadas pelo cigarro além do câncer de pulmão.

Problemas reprodutivos

No ano passado, um comitê da Sociedade Americana para Medicina Reprodutiva publicou uma análise das evidências sobre o impacto do cigarro na reprodução humana. O documento destacou que o fumo pode causar menor contagem de espermatozoides; dificuldade para engravidar; parto prematuro; restrição de crescimento do feto; descolamento da placenta e mortalidade na fase final da gravidez até o recém-nascido.

De acordo com os CDC, o tabagismo dobra o risco de sangramento anormal durante a gestação e também pode provocar danos ao desenvolvimento do pulmão e do cérebro do feto, que perduram ao longo da infância da criança. Um dos motivos é que as substâncias tóxicas inaladas com o cigarro podem atravessar a placenta e chegar ao embrião.

AVC

O acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido como derrame, ocorre quando parte do cérebro para de receber sangue e oxigênio devido a uma obstrução ou a um rompimento de um vaso sanguíneo. Segundo a Organização Mundial do AVC, o tabagismo é um dos fatores de risco para o desenvolvimento desse problema.

Quem fuma 20 cigarros por dia chega a ter uma chance 6 vezes maior de sofrer um AVC em relação a não fumantes. Isso porque o monóxido de carbono presente no cigarro reduz o oxigênio no sangue, e a nicotina acelera o batimento cardíaco. Com isso, a pressão arterial é elevada, o que é um fator de risco conhecido para o AVC.

Além disso, o fumo aumenta o colesterol considerado ruim e torna o sangue mais espesso, ou seja, mais propenso a formar coágulos que podem obstruir o vaso sanguíneo, outros mecanismos associados ao maior risco cardíaco.

Doenças bucais

A partir do momento em que um fumante coloca o cigarro na boca, os riscos à saúde já aumentam. Segundo o Departamento de Saúde do governo australiano, o tabagismo é associado a doenças gengivais, perda de dentes e sensibilidade dentária. A autoridade também alerta que “pessoas com problemas dentários podem ter mais dificuldade para mastigar e engolir, o que pode levar a uma má nutrição e a outros problemas de saúde”.

A Cleveland Clinic, dos EUA, explica que isso ocorre porque algumas partículas inaladas com o cigarro, como o alcatrão, provocam danos aos dentes e às gengivas, permitindo o acúmulo de microrganismos como bactérias que causam uma infecção. Além disso, segundo os CDC, o fumo enfraquece o sistema imunológico, o que dificulta o combate a esses agentes invasores e agrava o quadro.

Diabetes tipo 2

Outra doença ligada fortemente ao hábito de fumar é o diabetes tipo 2, a forma mais comum da doença. O diagnóstico é caracterizado pela má produção ou má absorção da insulina pelo corpo humano. O hormônio é responsável por retirar o excesso de açúcar (glicose) da corrente sanguínea.

De acordo com a autoridade de saúde canadense, a chance de um fumante desenvolver a doença é 30% a 40% maior do que a de alguém que nunca foi tabagista. “A fumaça do tabaco contém substâncias químicas tóxicas que podem causar inflamação no corpo e prejudicar o funcionamento regular dos vasos sanguíneos. Isso pode dificultar o uso adequado da insulina pelo organismo, aumentando o risco de diabetes”, explica a autoridade.

Além disso, o fumo pode aumentar o risco de obesidade, que é um fator de risco importante para a resistência à insulina e o diabetes tipo 2, e a nicotina pode prejudicar a capacidade do corpo de liberar o hormônio, diz o órgão.

Diversos outros tipos de câncer

Ainda que o câncer de pulmão seja o mais comum entre os fumantes, existe um número grande de outros tumores que podem ser desencadeados pelo fumo. Isso porque as substâncias tóxicas atingem diferentes sistemas do corpo e provocam danos ao DNA das células. Essas falhas, por sua vez, podem levar às mutações que causam o câncer.

De acordo com a Sociedade Americana do Câncer, o cigarro já foi associado a um maior risco de:

Câncer de boca;

Câncer de laringe (caixa de voz)

Câncer de faringe (garganta);

Câncer de esôfago;

Câncer de rim;

Câncer de colo do útero;

Câncer de fígado;

Câncer de bexiga;

Câncer de pâncreas;

Câncer de estômago;

Câncer de intestino (colorretal)

e leucemia mieloide aguda.

A boa notícia é que parar de fumar é associado a uma redução da maioria dos riscos que foram aumentados pelo cigarro. Um estudo da Universidade de Michigan, nos EUA, publicado no periódico American Journal of Preventive Medicine, mostrou o quanto isso impacta na expectativa de vida.

Inicialmente, os cientistas observaram que, entre aqueles que fumavam desde o início da vida, aos 35 anos havia uma redução de em média 9,1 anos na expectativa de vida se continuassem com o hábito até morrer.

Porém, os que deixaram de fumar aos 35 anos viram esse número cair para apenas 1,1 ano, ou seja, eles recuperaram 8 anos que teriam perdido ao longo da vida caso continuassem a ser tabagistas. O benefício foi observado mesmo para os que interrompiam o hábito mais tarde na vida, após os 75 anos.