A Federação Mundial da Obesidade (WOF, na sigla em inglês) estima que, das mais de 40 milhões de mortes anuais atribuídas a doenças crônicas não transmissíveis, cerca de 5 milhões sejam impulsionadas pelo sobrepeso e obesidade. Esses são dados recentes do Atlas da Obesidade Mundial, divulgado no mês de março de 2024.
A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) repercutiu, ainda, um estudo da revista científica Lancet que estima que mais de um bilhão de pessoas no mundo vivem com obesidade. Isso quer dizer que uma a cada oito pessoas estão muito acima do peso.
Ainda de acordo com a publicação, em 2022, 43% dos adultos estavam obesos. “É a triste realidade do nosso mundo moderno, no qual aspectos socioeconômicos contribuem para essa epidemia global da obesidade”, observa Juliana Rampazzo, enfermeira especialista em saúde estética e integrativa.
Obesidade é mais do que estar acima do peso
O Ministério da Saúde explica que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), “obesidade é o excesso de gordura corporal que pode causar prejuízos à saúde”.
Trata-se de uma doença crônica e complexa, que possui diferentes fatores que levam ao seu desenvolvimento. “O número elevado de pessoas obesas se deve a mudanças no estilo de vida, aumento do sedentarismo devido a trabalhos de escritório e transporte motorizado, contribuindo assim para falta de atividade física”, destaca Juliana.
A enfermeira também destaca que a alimentação tem forte influência nessa equação: “Além do fácil acesso e disponibilidade a alimentos altamente processados, rico em calorias e pobre em nutrientes, ao invés de alimentos frescos e saudáveis”, complementa.
Os riscos da obesidade
Indo muito além de uma questão estética, Juliana Rampazzo aponta os principais malefícios causados pelo excesso de peso. “A obesidade leva a distúrbios metabólicos, como resistência à insulina e desequilíbrios hormonais”.
Segundo ela, tais fatores podem gerar doenças crônicas cardiovasculares, diabetes tipo 2, hipertensão arterial e certos tipos de câncer. Juliana explica, ainda, que doenças articulares e distúrbios psicológicos como depressão e ansiedade também podem ter na obesidade sua principal causa.
A enfermeira enfatiza que o combate à obesidade passa pela compreensão dos fatores que levam ao sobrepeso. “É preciso haver uma mudança de mentalidade da população em geral. Entendermos que não existe obeso saudável. Que obesidade não é uma questão de estética e sim de saúde, que requer atenção e intervenção”.
Este é um tema que perpassa diferentes interações sociais que vão além da alimentação e exercícios. O local em que a pessoa vive, a cultura na qual ela está inserida, bem como as particularidades de cada organismo em si influenciam nessa questão.
Isso dificulta a criação de uma solução global para o excesso de peso que possa ser aplicada por pacientes de todo o mundo. Por isso, consciência é a palavra-chave.
“Ao entenderem os impactos negativos da obesidade na saúde, as pessoas podem se motivar mais a adotar comportamentos saudáveis, como seguir uma dieta equilibrada com alimentos frescos e saudáveis, praticar exercício físico regular, buscar apoio psicológico quando necessário e procurar a orientação de um especialista para gerenciar seu peso de forma eficaz” ressalta Juliana.