
O sobrepeso e a obesidade aumentam o risco de diversas doenças crônicas, como diabetes tipo 2 e alguns tipos de câncer. Isso tem levado muitas pessoas a buscarem alternativas para controlar o apetite e o peso — entre elas, medicamentos como o Mounjaro.
Recentemente aprovado no Brasil, o Mounjaro (à base da substância tirzepatida) é indicado para tratamento de diabetes tipo 2 e, também, para casos de obesidade ou sobrepeso associados a comorbidades. Porém, seu alto custo — que pode ultrapassar R$ 1,7 mil por caixa — impulsiona uma procura por soluções mais acessíveis, apelidadas nas redes sociais de “Mounjaro de pobre”.
No entanto, especialistas alertam: não existe substituto caseiro ou natural que reproduza os efeitos da tirzepatida com a mesma intensidade. A perda de peso saudável continua dependendo de fatores como alimentação balanceada, prática regular de exercícios físicos e qualidade do sono.
Apesar disso, certos alimentos naturais podem colaborar significativamente com a sensação de saciedade e o controle da fome, contribuindo de maneira eficaz — ainda que mais lenta — para o emagrecimento.
Como funciona o Mounjaro?
O Mounjaro imita a ação de dois hormônios: o GIP (polipeptídeo inibitório gástrico) e, em menor escala, o GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon). Esses hormônios participam da regulação do apetite e dos níveis de glicose no sangue. Na prática, o medicamento:
- Retarda o esvaziamento gástrico
- Reduz a fome
- Aumenta a queima de gordura
- Controla o açúcar no sangue
Por esses efeitos, o remédio tem sido utilizado também para o controle do peso em pessoas com IMC igual ou superior a 30, ou a partir de 27 em casos com comorbidades como hipertensão, colesterol alto ou apneia do sono. Seu uso, no entanto, deve ser sempre supervisionado por um médico.
‘Mounjaro de pobre’ existe?
Com o aumento da popularidade das canetas injetáveis para emagrecimento, cresceram também as buscas por alternativas mais baratas. Termos como “Mounjaro de pobre” e “Ozempic de pobre” têm ganhado espaço no Google, nas redes sociais e em fóruns online.
Mas vale o alerta: não há alimentos ou receitas naturais que substituam o mecanismo de ação de medicamentos como Mounjaro, Ozempic ou Wegovy — todos da classe dos agonistas de GLP-1.
Há alimentos acessíveis e naturais que ajudam no controle do apetite e na regulação glicêmica, funcionando como aliados importantes em um plano de emagrecimento saudável.
Alimentos que ajudam na perda de peso
Veja os principais alimentos recomendados:
🔹 Proteínas magras
Ajudam a liberar hormônios da saciedade (PYY e GLP-1) e reduzem os níveis de grelina, o hormônio da fome.
Exemplos: frango sem pele, ovos, peixes e iogurtes com baixo teor de gordura.
🔹 Fibras solúveis
Formam um gel no estômago que retarda o esvaziamento gástrico e prolonga a saciedade, além de ajudar no controle da glicemia.
Exemplos: aveia, chia, linhaça e psyllium.
🔹 Leguminosas
Ricas em proteínas e fibras, ajudam a evitar picos de fome e compulsão alimentar.
Exemplos: feijão, lentilha e grão-de-bico.
Como incluir na dieta
- Proteínas magras: ovos no café da manhã, frango no almoço, iogurte no lanche da tarde.
✅ Recomendação média: de 1,2 g a 2 g de proteína por quilo de peso corporal por dia. - Fibras solúveis: adicione chia ou psyllium em água, frutas ou vitaminas.
✅ Recomendação: 1 a 2 colheres de sopa por dia. - Leguminosas: devem estar presentes pelo menos uma vez ao dia nas refeições principais.
Benefícios adicionais
Além do controle do peso, esses alimentos contribuem para:
✔ Preservação da massa muscular
✔ Controle do colesterol
✔ Regulação da microbiota intestinal
✔ Prevenção de doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2