A saúde mental dos médicos brasileiros já preocupa, mas os números da Região Norte expõem um quadro ainda mais grave.
A saúde mental dos médicos brasileiros já preocupa, mas os números da Região Norte expõem um quadro ainda mais grave. Pesquisa nacional sobre Qualidade de Vida do Médico, realizada pelo Research & Innovation Center da Afya, mostra que os profissionais nortistas lideram os índices de burnout, automedicação e consumo de drogas voltadas à performance cognitiva. Segundo o levantamento, 36% dos médicos da região apresentam sinais de esgotamento sem acompanhamento profissional — taxa acima da média nacional. Além disso, o Norte registra a maior proporção de diagnósticos atuais de transtornos com acompanhamento (5%), o que indica tanto uma busca por tratamento quanto um nível elevado de sofrimento emocional. O estudo, que ouviu 2.147 médicos de todo o Brasil entre 29 de janeiro e 1º de abril, aponta ainda que 16% dos profissionais nortistas consomem smart drugs, substâncias usadas para aumentar o desempenho cognitivo. O índice é o maior do país e reflete um ambiente de trabalho marcado por longas jornadas e cobrança constante por resultados. A automedicação também aparece como ponto crítico: 42% dos médicos da região afirmaram usar medicamentos por conta própria, novamente a taxa mais alta do Brasil. No caminho oposto do cuidado, apenas 33% mantêm uma rotina regular de atividade física, prática considerada um fator protetivo contra doenças psíquicas. Para especialistas, esses dados revelam uma estratégia de sobrevivência perigosa, em que a falta de hábitos saudáveis é compensada por recursos individuais e arriscados, como automedicação e drogas para performance. Um problema que não é isolado Embora o Norte concentre os índices mais alarmantes, o problema é nacional. O estudo mostra que 45% dos médicos brasileiros apresentam algum quadro de doença mental. Além disso, 58,2% já vivenciaram algum grau de esgotamento relacionado ao trabalho e quatro em cada dez convivem com transtornos de ansiedade. Apenas 24,7% disseram nunca ter sentido sintomas de ansiedade ao longo da vida. Campanha Bora se Cuidar Para enfrentar esse cenário, a Afya lançou a campanha “Bora se Cuidar”, dentro da programação do Setembro Amarelo. A iniciativa busca dar visibilidade ao tema e oferecer um espaço de acolhimento a médicos e estudantes de Medicina, que enfrentam uma carga de estudos acima da média de outros cursos. A campanha inclui vídeos, podcasts, conteúdos de especialistas e uma landing page com materiais de apoio, como cartilha de autocuidado, chat de ajuda e calendário de eventos. A saúde mental dos médicos brasileiros já preocupa, mas os números da Região Norte expõem um quadro ainda mais grave.

Um novo exame de sangue consegue utilizar proteínas para prever o início de 67 doenças, dentre elas linfoma não Hodgkin (câncer no sistema linfático), insuficiência cardíaca e doença do neurônio motor. A pesquisa foi publicada na última segunda-feira na revista científica Nature Medicine, fruto de uma parceria internacional entre a farmacêutica britânica GlaxoSmithKline (GSK), a Universidade Queen Mary de Londres, a Universidade College London, a Universidade de Cambridge, na Inglaterra, e o Instituto de Saúde de Berlim da Charité Universitätsmedizin, na Alemanha.

A partir de técnicas avançadas foi possível identificar uma “assinatura” entre as proteínas relacionadas a cada doença presentes no sangue e prever a probabilidade no período de dez anos de pacientes as desenvolverem. Para isso, a equipe de pesquisadores utilizou dados de cerca de 40 mil participantes.

Segundo a equipe responsável pelo estudo, a descoberta possibilita a previsão antecipada do desenvolvimento de condições que podem levar meses ou anos até serem diagnosticadas.

Julia Carrasco Zanini Sanchez, estudante de pesquisa na GSK e na Universidade de Cambridge na época, e atualmente pesquisadora de pós-doutorado na Universidade Queen Mary de Londres, afirmou:

“Várias de nossas assinaturas de proteína tiveram desempenho semelhante ou até melhor do que proteínas já testadas por seu potencial como testes de triagem, como um antígeno específico da próstata para câncer de próstata. Portanto, estamos extremamente animados com as oportunidades que nossas assinaturas de proteína podem ter para detecção precoce e, finalmente, melhor prognóstico para muitas doenças, incluindo condições graves, como mieloma múltiplo e fibrose pulmonar idiopática.”

Entre as 67 doenças detectáveis através das proteínas no sangue, estão: diabetes (tipo 1 e 2), insuficiência cardíaca, fibrilação atrial, hipertensão, anemia por deficiência de ferro, linfoma não Hodgkin, leucemia, osteoporose, doença renal crônica, demência, transtornos de ansiedade, doença celíaca e psoríase.

RIO (AG)

Editado por Clayton Matos