
Médicos estão alertando a população para que evite o consumo de bebidas alcoólicas, especialmente destilados, devido ao aumento de casos de intoxicação por metanol no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, até esta quinta-feira (2), 11 casos foram confirmados no país. Um óbito foi confirmado em São Paulo, e outros sete seguem em análise. Há 48 casos sob investigação.
“A recomendação é clara: não consuma bebida alcoólica, principalmente os destilados. Ainda não sabemos a origem exata da adulteração”, afirmou o médico Luiz Fernando Penna, gerente do pronto-atendimento do Hospital Sírio-Libanês, em entrevista à Folha de S.Paulo.
Segundo a médica infectologista Paula Tuma, diretora de qualidade e segurança do Hospital Israelita Albert Einstein, nem mesmo bebidas industrializadas estão fora de risco no momento:
“Não beber é a melhor opção. Mesmo bebidas com histórico confiável estão sob suspeita. Até que a investigação da vigilância sanitária seja concluída, nenhuma garrafa pode ser considerada totalmente segura”, alertou.
A coordenadora de Controle de Doenças da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, Regiane de Paula, reforçou que o papel da saúde pública é informar, mas a decisão final é do consumidor:
“Não posso dizer ‘não beba’. Nosso dever é informar que há um risco sanitário. Cada pessoa decide se vai assumir esse risco ou não”, explicou.
Ela também afirmou que os hospitais estão em estado de alerta e preparados para o atendimento de possíveis intoxicações:
“Quando um paciente chega com suspeita de intoxicação alcoólica, já consideramos a possibilidade de envenenamento por metanol”, completou.
Os pacientes estão sendo submetidos a hidratação intravenosa e a exames como a gasometria arterial, que avalia a oxigenação do corpo e identifica sinais de acidose metabólica — uma das complicações graves causadas pelo metanol.